Voando quietamente sob o radar no mercado de wearables fitness está o Whoop, fabricante de pulseiras de alta qualidade que medem dados cem vezes por segundo. No que poderia ser um dos acordos de licenciamento mais bizarros da história, a startup fechou uma parceria com a NFL Players Association (Associação de Jogadores da NFL) nesta segunda-feira que possibilita que os atletas vendam seus dados de saúde.
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Em seu nível mais básico, o acordo pavimenta o caminho para que o Whoop venda pulseiras projetadas pelos jogadores para a sua WhoopStrap 2.0 de US$ 500, mas essa é a parte menos interessante. Os jogadores que decidirem participar do programa serão donos de todos os dados de saúde que o Whoop coleta, e a NFLPA vê isso como mais uma forma de monetizar o esporte. “Todos os dias, os jogadores da NFL produzem dados que podem se traduzir em oportunidades fisiológicas e financeiras. Vemos a parceria com o WHOOP como o primeiro passo para aproveitar essa empolgante tecnologia”, disse Ahmad Nassar, presidente da NFL Players Inc., em um comunicado.
O Whoop está se posicionando como um rastreador fitness de elite e tem trabalhado com faculdades e times profissionais de esporte para construir sua marca e testar seus produtos. Nosso site-irmão Deadspin recentemente perfilou as maneiras exploradoras como o Whoop tem entrado no mundo dos esportes universitários e as preocupações de privacidade que estão envolvidas nesses acordos.
Para o Whoop, o acordo com a NFL significa que eles terão o mais alto dos parceiros de alto perfil para oferecer patrocínios, mas também estarão coletando dados físicos de pessoas que testam seus corpos ao extremo. A empresa se preocupa com recuperação pessoal e encoraja seus consumidores a vestirem o dispositivo 24 horas por dia, todos os dias. No mundo da big data, essa é uma mina de ouro biológica. O Whoop está coletando estatísticas de recuperação médica para praticamente toda lesão que existe, além de dados de musculação de pessoas que malham frequentemente.
Mas como os jogadores vão vender esses dados? A Bloomberg descreve um cenário potencial:
Imagine isso: um canal de televisão durante uma transmissão da NFL comparando os batimentos cardíacos dos craques fazendo exercícios — ou enquanto eles dormem. Por exemplo, Tom Brady contra Cam Newton. Agora imagine conseguir determinar qual o corpo de qual dos jogadores estava melhor preparado para jogar.
Isso tira um pouco da graça de especular sobre uma equipe e a temporada. Mas, claro, o futebol americano é um jogo repleto de estatísticas, e isso poderia entregar mais um monte delas aos fãs que amam analisá-las.
Imagine um ticker dedicado no seu site favorito que mostre os dados atuais de saúde de um running back contundido que poderia valer a temporada do time. Imagine acordos suspeitos que deem um “pico” irregular aos dados do jogador, para o propósito de apostas organizadas. Imagine um pequeno gráfico de um coração no canto inferior da sua tela batendo mais forte conforme dois atletas comecem a discutir. E, eventualmente, imagine equipes exigindo contratualmente que essas coisas sejam vestidas o tempo todo e as disputas escandalosas que surgiriam quando um jogador largasse seu equipamento para um fim de semana regado a drogas. O futuro pode ser muito mais estranho e muito menos divertido do que esperávamos.
Imagem do topo: Getty, Whoop