Mergulhadores da polícia dinamarquesa localizaram “a cabeça decapitada, pernas e roupas” de Kim Wall, a jornalista sueca que desapareceu durante uma viagem com o co-fundador da Copenhagen Suborbitals e idealizador do submarino caseiro UC3 Nautilus, Peter Madsen, de acordo com a Associated Press.
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Madsen tinha dito no início que o submarino naufragou devido a um “pequeno problema com um tanque de lastro” que logo depois se tornou um “grande problema”, mas que teria deixado Wall em Copenhague sem incidentes. Ele então mudou sua versão, afirmando que Wall foi morta por um acidente, quando uma portinhola caiu sobre sua cabeça, e então ele teria eliminado o corpo no mar. Madsen também afirmou depois que naufragou o submarino deliberadamente, mas negou tem mutilado o corpo de Wall.
No entanto, de acordo com a reportagem da AP, as evidências recuperadas na última sexta-feira (6) pelas autoridades não corroboram a versão de Madsen. O investigador da polícia de Copenhague, Jens Moeller Jensen, disse para a agência de notícias que os restos mortais de Wall não mostravam nenhuma fratura no crânio e que foi encontrado em um saco plástico com uma faca, próximo do local onde outras partes de seu corpo foram encontradas. Anteriormente, foi noticiado que os restos mortais recuperados pela polícia tinham marcas de esfaqueamento, aparentemente para provocar a saída do ar e evitar que o corpo flutuasse. Autoridades também descobriram conteúdos violentos no computador de Madsen.
Wall era uma repórter freelancer conhecida com um leque amplo de publicações, incluindo artigos no New York Times, Guardian e Atlantic, tendo estudado na London School of Economics e Universidade de Columbia. Ela era membro do Clube da China de Correspondentes Estrangeiros, que publicou um comunicado ao saber de sua morte, dizendo que ela “tinha retornado recentemente para Pequim cheia de paixão pelas histórias que planejava cobrir”.
Sua mãe, Ingrid Wall, também publicou no Facebook dizendo que Wall tinha “encontrado e contado histórias de diferentes partes do mundo, histórias que precisavam ser escritas”, bem como “deu voz às pessoas fracas, vulneráveis e marginalizadas”.
O Copenhagen Suborbitals, grupo de amadores que ajudou na construção do UC3 Nautilus, está tentando construir uma cápsula espacial tripulada para além da linha Karman, onde a atmosfera da Terra cede lugar ao espaço exterior. O grupo é composto e financiado por cerca de 50 voluntários; Madsen os deixou em 2014 em meio a uma relação conturbada com outros membros do grupo. Naquele ano, um grupo chamado U3 Nautilus Submarine Association foi formado para gerenciar o submarino, mas depois cedeu o controle a Madsen.
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