Kaspersky vai ter operações na Suíça para tentar reconquistar confiança

A Kaspersky Labs está lutando contra as acusações de que seus laços com o governo russo podem criar um risco de segurança a outros países que usem seu software antivírus. Nesta terça-feira (15), a empresa de segurança cibernética anunciou que vai transferir uma parte significativa de sua infraestrutura para a Suíça, e um grupo independente […]

A Kaspersky Labs está lutando contra as acusações de que seus laços com o governo russo podem criar um risco de segurança a outros países que usem seu software antivírus. Nesta terça-feira (15), a empresa de segurança cibernética anunciou que vai transferir uma parte significativa de sua infraestrutura para a Suíça, e um grupo independente poderá revisar seu código-fonte.

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No ano passado, o Departamento de Segurança Nacional dos EUA ordenou que todas as agências do governo dos Estados Unidos parassem de usar o software da Kaspersky devido a preocupações de que a empresa poderia ser obrigada a compartilhar interceptações de informações com o governo russo. Desde então, a empresa de segurança admitiu que seu software baixou documentos confidenciais da NSA, mas culpou um contratado do governo dos EUA. E a inteligência israelense teria observado agentes russos usando o software Kaspersky como uma ferramenta de hacking. Outros governos aderiram à proibição da Kaspersky, incluindo o Reino Unido e a Holanda. A decisão da empresa de se instalar na Suíça está sendo considerada uma medida que não só ajudaria a restabelecer a confiança, mas também tornaria a Kaspersky mais transparente do que suas concorrentes.

Em um post de blog, a empresa escreveu que começará a mover sua “‘linha de montagem de software’ e seus servidores que armazenam e processam dados da Kaspersky Security Network” para Zurique — um processo que deve ser concluído até o final de 2018. Ela então instalará um “Centro de Transparência”, onde “partes interessadas responsáveis ​​de organizações governamentais e privadas com experiência relevante” poderão revisar seu código-fonte, suas atualizações, regras de detecção e práticas de armazenamento de dados. Os servidores que processam e armazenam dados para usuários em Europa, América do Norte, Austrália, Japão, Coreia do Sul e Cingapura farão parte da migração.

Fora do Centro de Transparência, a Kaspersky apoia a formação de um grupo sem fins lucrativos de terceiros que avaliará a confiabilidade de todas as atividades no centro de dados de Zurique. Todos os seus softwares serão compilados e assinados na Suíça por esses terceiros, mas temos poucos detalhes sobre como o grupo será formado. A Kaspersky espera ter sua iniciativa de transparência totalmente implementada até o final de 2019, com o objetivo de abrir centros adicionais na América do Norte e na Ásia até 2020.

A desconfiança com o serviço da Kaspersky tem origem em uma lei que exige que empresas localizadas na Rússia roteiem dados por meio de provedores de internet russos que são supostamente monitorados por agentes da inteligência russa. A Kaspersky manteve a versão de que os dados em seu sistema são criptografados e que interceptações seriam inúteis. O fundador da empresa, Eugene Kaspersky, também está sob escrutínio por seus laços pessoais com a inteligência russa, e várias reportagens apontam para uma colaboração específica com o Serviço Federal de Segurança da Rússia.

A Kaspersky Labs é, há muito tempo, um dos nomes mais confiáveis ​​em segurança, mas essa confiança foi seriamente prejudicada no último ano. A companhia espera que esta nova estratégia torne seu serviço mais confiável do que nunca. “Até onde sabemos, somos a primeira empresa de segurança cibernética a apresentar essa iniciativa”, disse o comunicado. “Ser o primeiro nos dá uma vantagem a esse respeito.”

[Kaspersky Labs via TechCrunch, Reuters]

Imagem do topo: Getty

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