Os sistemas industriais se tornaram uma parte importantíssima de fábricas e empresas de setores estratégicos, como energia e comunicações. Pensando isso, a Kaspersky Labs está desenvolvendo seu próprio sistema operacional para prover mais uma camada de proteção contra grandes exploradores, funcionários descontentes e todo tipo de sabotagem.
O OS será projetado para bloquear malwares sofisticados, como o Stuxnet, destinado especificamente para os softwares industriais da Siemens utilizados pela empresas iranianas que trabalham com enriquecimento de urânio.
Não será um sistema completo, como um Windows ou um Mac OS. Ele rodará sobre as plataformas existentes, “controlando ‘de maneira saudável’ os sistemas existentes e garantindo o recebimento de dados seguros sobre as operações realizadas”, diz o fundador do Kaspersky Labs, Eugene Kaspersky.
Nosso sistema é feito sob medida, desenvolvido para solucionar uma tarefa bem específica. Ele não é voltado para jogar Half-Life, editar vídeos das férias ou atualizar redes sociais.
Estamos trabalhando em métodos de programação que, por definição, não poderão trazer atividades ocultas, não-declaradas. Esse é um ponto importante: a impossibilidade de executar código de terceiros, invadir o sistema ou executar aplicativos não-autorizados; isso é provado e testado.
Como as máquinas, sistemas e bancos de dados precisam estar conectados e operando, não é um simples caso de retirar as máquinas afetadas da rede, diagnosticá-las e remover os arquivos infectados.
Kaspersky reconhece que, ao invés de reescrever todo o software do zero, pode produzir um ambiente seguro que fique entre as partes dos sistemas industriais, isolando os malwares e garantindo que não atingirão áreas críticas dos sistemas que controlam telefones, reservatórios ou usinas.
A empresa diz que já tem vários operadores de sistemas e vendedores trabalhando para garantir que o projeto funcione nas plataformas existentes e garanta a segurança.
Os detalhes são poucos, principalmente porque a Kaspersky quer manter as informações sobre as engrenagens do sistema acessíveis apenas àqueles que estão trabalhando nisso, para se proteger da espionagem industrial e ficar um passo a frente dos rivais.
Isso pode não afetar diretamente o usuário comum, mas protege serviços e infraestrutura que todos nós usamos. Afinal, exemplos de como algo aparentemente distante pode interfere em nossas vidas não faltam e, cada vez mais, ataques elaborados e de grandes proporções, visando esses sistemas vitais, são mais comuns. [Kaspersky via The Next Web]