Desde maio o Megaupload está fora do ar e seu criador, Kim Dotcom, indiciado por liderar um “negócio de crime organizado internacional” de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA. Ele ainda se encontra na Nova Zelândia, aguardando a extradição para os EUA onde será julgado, mas até isso parece que atrasará devido a um impasse na liberação de provas levantadas pelo FBI ao time de advogados de Dotcom.
São mais de 22 milhões de emails que o FBI obteve das atividades do Megaupload. Os advogados de Dotcom requisitaram essas provas para prepararem a defesa do cliente, mas receberam apenas pouco mais de 40 páginas de provas — segundo eles, “escolhidas a dedo”, sem nada relevante ao caso. A justiça neo zelandesa argumenta que tais provas não têm peso no que cabe a ela decidir: se Dotcom será extraditado ou não para os EUA, decisão que, antes desse impasse vir à tona, estava marcada para ser dada mês que vem.
Kim, que pelas suas ações se vê como um injustiçado, decidiu falar mais nos últimos dias. Em duas declarações polêmicas, uma delas no Twitter, ele acusou o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de ter sido o mandante da “morte” do Megaupload. Dotcom o acusa de ter ligação com pessoas da MPAA, a associação de estúdios de cinema de Hollywood, e de ter participado de reuniões com elas antes da derrubada do seu site.
No Twitter, Dotcom prometeu que o Megaupload voltará, mais forte, ainda gratuito e blindado contra ataques. Mas só, nenhuma informação adicional foi dada. Ele também mandou um recado aos brasileiros no melhor estilo rockstar em turnê pelo país e acusou novamente a ação de fechamento do Megaupload de ter sido um golpe contra o MegaKey, serviço que estava prestes a ser lançado e que prometia remunerar artistas com o download gratuito de MP3. Se ele conseguisse isso, seria de fato uma reviravolta na indústria fonográfica.
Tudo indica que o caso Megaupload se estenderá por muito tempo e, apesar das últimas movimentações, Kim Dotcom ainda parece bem encrencado. [Stuff, Terra, The Verge]