“Kung Fu Panda 4” é bem feito e divertido, mas não supera trilogia original
Oito anos após a conclusão da trilogia protagonizada pelo panda Po, “Kung Fu Panda 4” está prestes a chegar aos cinemas brasileiros cercado de bastante expectativa. Além de alguns dos personagens mais carismáticos da cultura pop, os produtores agora também contam com uma série de novas tecnologias e técnicas que transformaram bastante a produção de animações nos últimos anos.
Com uma narrativa muito bem concluída em 2016, foi difícil imaginar o que os produtores estavam preparando para Po e companhia, que pareciam já ter vivido de tudo um pouco, nesta nova produção.
O trabalho da DreamWorks Animation
O novo filme é produzido pela DreamWorks Animation, um dos estúdios mais consagrados da indústria e responsável por franquias de sucesso como “Shrek”, “Madagascar” e “Como Treinar o Seu Dragão”. Como já mostrou em “O Gato de Botas: O Último Pedido”, o estúdio está explorando técnicas mais modernas de animação. Com “Kung Fu Panda 4” não é diferente.
A dupla de diretores Mike Mitchell e Stephanie Ma Stine pôde utilizar os novo recursos disponíveis, incluindo uma ferramenta de simulação de câmeras de ação em produções live-action. Tudo para criar cenas de ação de tirar o fôlego, cenas de luta bastante dinâmicas e sequências de perseguição bem frenéticas.
Na narrativa, o longa apresenta Po em uma jornada para assumir a posição de líder espiritual do Vale da Paz. Substituindo assim o lendário mestre Oogway. Como consequência disso, ele também terá que apontar seu sucessor como O Grande Dragão Guerreiro. Posto que ainda está relutante em abandonar, pois não se considera sábio o suficiente para desempenhar a função.
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Com esta premissa, o longa traz de volta personagens amados como Mestre Shifu. Além de Sr. Ping e Li, respectivamente os pais adotivo e biológico do protagonista.
“Kung Fu Panda 4” aposta em novos personagens
Assim, o longa também aposta em novos personagens, com destaque para Zhen, uma ladra astuta, interpretada originalmente por Awkwafina na versão e Daniele Suzuki na dublagem em português. E a temida Camaleoa, uma vilã transmorfa dublada por Viola Davis na versão original e Taís Araújo na versão brasileira.
Mesmo com técnicas de animação mais modernas e novos personagens interessantes, o longa ainda não supera a trilogia original. A narrativa de “Kung Fu Panda 4”, embora bem amarrada, não empolga como seus antecessores. E deixa a sensação de que não fez adiçoes significativas ao universo que vem sendo trabalhado há mais de quinze anos.
Os Cinco Furiosos (Víbora, Macaco, Louva-Deus, Tigresa e Garça), um dos elementos centrais da franquia, ficaram de fora no novo filme. Logo no início, o roteiro tenta esclarecer a ausência dos personagens na história. É como se soubesse que os espectadores que conhecem a trilogia original exigiriam uma explicação plausível para o sumiço dos guerreiros. No entanto, ao final do filme, os Cinco Furiosos aparecem em uma cena que não acrescenta absolutamente nada a história narrada.
O filme passa a sensação de que tenta reviver a franquia, mas seguindo uma nova direção e explorando novos personagens. Mesmo sendo um pouco abaixo dos três filmes anteriores da franquia, “Kung Fu Panda 4” é uma aventura divertida com personagens cativantes e narrativa que entrega momentos carregados de emoção. As cenas de ação são mesmo o ponto alto da obra, que não é imprevisível ou inovadora. Mas que, com certeza, é um bom entretenimento para toda a família.
“Kung Fu Panda 4” estreou nos EUA em 08 de março, mas estará disponível nos cinemas brasileiros a partir de 21 de março.