_Notebooks

Coloquei meu laptop quebrado no forno quente para trazê-lo de volta à vida

No meu laptop, o chip gráfico chega a temperaturas tão altas que ele literalmente se separa da placa-mãe. Para colocá-lo de volta, é preciso usar o forno.

De vez em quando, eu me lembro de pegar meu velho laptop para jogos que usava na faculdade: um Dell m1210 todo ferrado, cuja placa-mãe eu substituí quatro vezes dentro da garantia, porque o chip da Nvidia sofria com superaquecimento. Ele nunca funciona direito. Eu já cansei. Eu vou enfiar esse laptop no forno.

Eu sei que não sou o único que tem esse problema: entre 2008 e 2010, mais de 50 modelos de laptop vieram com chips gráficos defeituosos da Nvidia. Há centenas dessas máquinas por aí, e todas elas sofrem com o mesmo problema: seus chips gráficos chegam a temperaturas tão altas que eles literalmente se separam da placa-mãe. Não é brincadeira.

É o mesmo problema que causava o “anel vermelho da morte” no Xbox 360: o superaquecimento derretia a solda que liga os chips ao resto do console. No meu laptop, esse problema se manifesta como uma tela que simplesmente não liga, mesmo que ele esteja conectado a um monitor externo. Era algo estúpido, horrível e totalmente pentelho.

Por um tempo, uma ação judicial coletiva (ou a garantia de 12 meses) dava a você o direito a consertos gratuitos. Esse tempo já passou, mas eu ainda quero meu laptop de volta. A internet me diz que eu poderia fazer a solda “fluir de volta” ao assá-la no forno por 10 minutos. Claro, por que não fazer isso? O laptop nem está funcionando, mesmo.

A ideia é simples, mas a execução não é. Antes que eu possa assar meu laptop, eu tenho que desmontá-lo meticulosamente. O processo não é difícil, mas é extremamente tedioso – há um monte de coisas empilhadas em cima da placa-mãe. Para removê-la, é preciso antes:

É bom que eu vi o pessoal da Dell fazer isso muitas vezes!

Acredite ou não, assar o laptop foi na verdade a parte mais fácil. Todos os relatos de sucesso em fóruns de internet dizem praticamente a mesma coisa: coloque o seu forno a 160-180 graus, apoie a placa-mãe em uma caçarola (ou sobre algumas bolas cuidadosamente posicionadas de papel alumínio) e asse cada lado por 2 a 4 minutos. Deixe-a esfriar e sirva-a em seu chassi original.

Teria sido mais simples se a anta aqui não tivesse se esquecido de encontrar luvas de forno. Você já tentou virar um pedaço quente de silício com nada mais do que um maço enrolado de papel alumínio? Não é divertido.

Enfim, a placa-mãe esfriou, eu fiz tudo o que expliquei acima – só que no sentido inverso – e chegou o momento da verdade: o meu laptop ligou pela primeira vez em anos.

Aparentemente, da última vez que eu o usei, ele estava rodando Linux. Que coisa! Eu encontrei meus velhos discos de recuperação do XP, decidi que o XP é terrível e instalei o Windows 10 Technical Preview. E funciona. Eu não acredito que funciona.

Dito isso, nem tudo está perfeito. Por algum motivo, o teclado do laptop e o trackpad sofrem com um lag entre eu digitar/clicar e o comando ser executado na tela. Além disso, se eu continuar usando o m1210, o chip gráfico inevitavelmente ficará quente o bastante para arruinar a solda de novo. Eu vou assar esta placa até ela quebrar de vez, e ninguém pode me julgar.

Assar uma peça velha de laptop é uma das coisas mais estranhas que eu já fiz com um gadget. Valeu a pena, mas eu gostaria que isso não fosse necessário. Se a Dell permitisse trocar o chip gráfico, eu poderia tê-lo substituído, até mesmo por um modelo melhor! Mas aí o laptop não seria tão fino para os padrões de 2010, né?

É o mesmo jogo que as fabricantes de laptops estão jogando hoje em dia. Pergunte a si mesmo: você quer um laptop fácil de consertar, ou um laptop fino? Você não pode ter as duas coisas.

Sair da versão mobile