Em 2012, a Lenovo comprou a CCE por R$ 300 milhões com a ambição de ser a maior fabricante de PCs no Brasil. O plano não deu certo, e o negócio foi desfeito.
A Lenovo divulgou um comunicado à imprensa dizendo que “concordou em vender a marca e a fábrica da CCE para seus antigos proprietários, a família Sverner”. O acordo foi fechado em agosto.
Isso não significa que a Lenovo vai sair do Brasil: a empresa avisa que manterá suas operações na fábrica em Itu (SP), e continuará vendendo sua linha de PCs, servidores e também os smartphones da Motorola.
O que aconteceu? Há três anos, a Lenovo divulgava sua ambição de ser a líder em PCs no Brasil, para desbancar a Positivo.
No entanto, a Lenovo/CCE só conseguiu o primeiro lugar entre janeiro e junho de 2014, perdendo-o novamente para a Positivo. E em 2015, quem assumiu a liderança nas vendas de computadores foi a Dell.
A operação da Lenovo no Brasil saltou de quase US$ 400 milhões para US$ 1,5 bilhão; segundo o Valor, esse crescimento acelerado fez aumentar o índice de produtos com defeito. A Lenovo/CCE foi a terceira empresa mais reclamada no ano passado, segundo ranking do Procon-SP. Empresas de produtos quase nunca aparecem entre as dez primeiras colocadas.
Além disso, a venda de PCs está em queda livre no Brasil. O IDC afirma que houve uma redução de 38% no mercado entre abril e junho, se comparado ao mesmo período do ano passado. Caímos da 7ª para a 8ª colocação no mercado mundial.
Pior: a Lenovo queria expandir a presença da CCE em outras áreas, como TVs. No entanto, ela desistiu de fabricar televisores no ano passado – o mercado é dominado pelas coreanas Samsung e LG.
Assim, não é muita surpresa que a Lenovo tenha deixado a CCE. E o Valor explica que a família Sverner não precisou pagar um centavo para recuperar sua antiga empresa: o contrato de 2012 estabelecia que a Lenovo só seria dona quando pagasse a parcela final da aquisição. Ela decidiu não fazer o último pagamento e devolveu o negócio.
A marca CCE continuará existindo no Brasil, assim como a Lenovo e Motorola.