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Lenovo inclui idiomas de povos indígenas do Brasil em seus notebooks

Notebooks Linux passam a contar com línguas kaingang e nheengatu, faladas por 44 mil indígenas e ameaçadas de desaparecer

Lenovo inclui idiomas de povos indígenas do Brasil em seus notebooks

Imagem: Funai/Reprodução

A chinesa Lenovo anunciou que adicionou duas línguas de povos originários brasileiros em seus notebooks. Os idiomas indígenas kaingang e nheengatu estão disponíveis em dispositivos das linhas IdeaPad e Yoga que rodam o sistema operacional Lux — desenvolvido pela marca a partir do Debian Linux.

A língua kaingang pertence à família linguística jê, a qual, por sua vez, pertence ao tronco linguístico macro-jê. Ela é falada por mais de 30 mil pessoas vivendo nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e na região oeste do estado de São Paulo.

Já a língua nheengatu, é conhecida como língua geral amazônica – também chamada de “tupi moderno”, sendo falada por 14 mil pessoas na região Amazônica, incluindo regiões do Brasil, Colômbia e Venezuela.

A inclusão dos idiomas faz parte do projeto de “Revitalização de Línguas Indígenas Ameaçadas de Extinção”, lançado pela Motorola – marca esta que está sob o guarda-chuva do Grupo Lenovo.

O projeto foi idealizado a partir do apoio de Wilmar D’Angelis, doutor em linguística e professor no Departamento de Linguística da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

A empresa explica que a escolha dos idiomas foi motivada pelo seu alto risco de extinção, bem como o fato de serem línguas que contam com um amplo material de pesquisa e publicações por centros especializados e estudos da Unicamp.

Print do sistema operacional Lux, que recebeu as línguas faladas por povos indígenas do Brasil. Imagem: Lenovo/Divulgação

Ao todo, cerca de 40 pessoas participaram do desenvolvimento do sistema Lux e da integração dos idiomas ao sistema operacional. A equipe inclui engenheiros e arquitetos da empresa, bem como técnicos, pesquisadores e tradutores nativos das línguas indígenas faladas no Brasil.

Antes dos notebooks, a Lenovo já havia adicionado os dois idiomas em vários modelos de smartphones que rodam o sistema Android 11. “Ainda que a quantidade de usuários que irão utilizar os idiomas não seja alta, o valor da conquista para ajudar a manter as línguas vivas é incalculável”, diz Hildebrando Lima, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Lenovo.

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