LG admite que ninguém ligou para o seu smartphone modular e vai deixar a ideia de lado
A LG está reconsiderando a esperança que tinha com o plano do celular modular ser a sua carta na manga, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal. O LG G5 lançado no ano passado deveria ajudar a companhia a recuperar a divisão de celulares que vinha despencando, mas o público não mordeu a isca e agora o desafio é salvar tudo a tempo da chegada do LG G6.
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Em 2016 ficamos boa parte do tempo distraídos pelo lançamento desastroso do Galaxy Note 7. É fácil lembrar da série de reportagens sobre celulares queimando e explodindo antes da Samsung lançar seu plano de recall e encerrar a produção do modelo.
Mas houve também o fracasso silencioso do smartphone modular da LG. Essencialmente, eram celulares com partes removíveis que davam novas características ao aparelho, como uma câmera 360º ou uma lente grande angular:
O truque simplesmente não vendeu. Em abril, antes dos celulares explosivos, já sabíamos sobre esse esgotamento no mercado de smartphones. Como a editora de reviews do Gizmodo colocou logo depois do lançamento do G5:
Esses dispositivos não redefiniram o jeito que usamos o celular, nem deixaram os aparelhos com velocidades absurdas, nem nos deu uma autonomia de bateria extraordinária. Cada um desses celulares foram apenas um mero aperfeiçoamento dos modelos do ano passado. E todos eles são realmente muito similares em alguns aspectos.
O LG G5 tentava ser inovador e único, ou estranho o suficiente para causar algum barulho. Infelizmente, era um conceito interessante e muito estranho na prática, porque o sistema modular exigia desligar o aparelho, ejetar uma bateria e colocar um outro módulo. As pessoas queriam algo novo, mas também queriam algo fácil de usar.
Esse tiro no escuro fez com que as vendas do trimestre caíssem 23%, comprometendo toda a divisão mobile. LG fez demissões na Ásia, devido, em parte, às vendas muito abaixo da expectativa:
“A estimativa de envios do G5 para o segundo trimestre deste ano permanecerá em 2,2 milhões, abaixo da expectativa anterior de cerca de 3 milhões. Isso porque a resposta do mercado em relação ao G5 está ficando cada vez mais fraca e a empresa não conseguiu competir com as campanhas agressivas dos concorrentes”, disse um analista ao Korea Times.
Então, qual é o plano agora? Para o G6, a LG diz que irá “escalonar” a modularidade, o que é um jeito corporativo de dizer “mandamos mal”.
Reportagens do Engadget apontam que o próximo aparelho custará algo entre US$ 500 e US$ 600 (preço um pouco abaixo do que a Apple cobra pelo iPhone) e não precisaremos comprar um monte de coisas adicionais para que o celular ganhe novos truques.
É uma jogada inteligente, mas o mercado continua cheio de opções. E se o G6 não conseguir equilibrar diversão com funcionalidades, talvez o setor mobile da LG Electronics não resista.
[WSJ]