LG Cookie Plus mostra por que os não-smartphones caros ainda venderão muito no Brasil

  Há um ano e meio, quando o primeiro LG Cookie apareceu no Brasil, ele era um raro celular touchscreen por menos de R$ 1.000 (R$ 800, na época). As pessoas podiam sentir - na teoria - a mesma sensação de toque do iPhone, pagando bem menos. Acessar a internet, aplicativos e tudo era detalhe, já que o comprador do Cookie não iria querer gastar com plano de dados. Uma tela bacana, camera ok, design corretíssimo e unissex garantiram o seu sucesso: até ano passado, foram mais de 10 milhões de unidades vendidas pelo mundo. Semana passada, a LG lançou o Cookie Plus, que já havíamos avistado em março. Ele continua sendo um dumbphone (não tem 3G, Wi-Fi, sistema operacional customizável ou GPS) e não é exatamente barato (Preço médio sugerido de R$ 699). Hoje, já há smartphones com Android ou Symbian que fazem bem mais coisas chegando perigosamente perto de sua faixa de preço. A LG aposta que vai repetir o sucesso com o novo biscoito. Por que ela provavelmente está certa?

Há um ano e meio, quando o primeiro LG Cookie apareceu no Brasil, ele era um raro celular touchscreen por menos de R$ 1.000 (R$ 800, na época). As pessoas podiam sentir – na teoria – a mesma sensação de toque do iPhone, pagando bem menos. Acessar a internet, aplicativos e tudo era detalhe, já que o comprador do Cookie não iria querer gastar com plano de dados. Uma tela bacana, camera ok, design corretíssimo e unissex garantiram o seu sucesso: até ano passado, foram mais de 10 milhões de unidades vendidas pelo mundo. Semana passada, a LG lançou o Cookie Plus, que já havíamos avistado em março. Ele continua sendo um dumbphone (não tem 3G, Wi-Fi, sistema operacional customizável ou GPS) e não é exatamente barato (Preço médio sugerido de R$ 699). Hoje, já há smartphones com Android ou Symbian que fazem bem mais coisas chegando perigosamente perto de sua faixa de preço. A LG aposta que vai repetir o sucesso com o novo biscoito. Por que ela provavelmente está certa?

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Eu fiquei com essa dúvida durante a coletiva de apresentação do Cookie Plus GS290 (que agora tem um irmão, com teclado, o antigo LG Messenger virou Cookie Messenger GT 350 e custa R$ 100 a mais). As respostas dos executivos da LG a princípio não fazem sentido para mim, geek, e talvez para você que lê isso. Mas está aparentemente correta. Aliás, o que você espera ver em uma coletiva de apresentação de um celular assim, parecido com tantos outros? Começou assim:

"Há 18 paletas de cores diferentes para o menu, três estilos de ícones, troca-se o fundo de tela, 6 capas externas. Há mais de 2 mil combinações de estilo…" Sim. O Cookie é bem mais facilmente customizável que um smartphone padrão e isso é importante para o público-alvo cientificamente estudado pela LG. "Pelas nossas pesquisas, o possível dono do Cookie gosta de mudar a cara do celular a cada 15 dias". Interessa então, um celular bonitinho. Há também essa imitação de praça dos Miis, os bonequinhos do Wii, que são seus contatos mais frequentes. Eles ficam na tela e interagem com o seu toque, ficando felizes quando você dá uma cutucada, num Buddy Poke mais realista. 

O que mais?

O Cookie Plus tem Rádio FM com antena interna, sem a necessidade de fones de ouvido – com capacidade de gravar em MP3 -, entrada de 3.5 mm para qualquer fone, processador 50% melhor que o anterior, com capacidade de rodar 30 jogos top em Java, gratuitos, na loja de aplicativos da LG. Como "celular jovem" que é, o Cookie já vem pré-carregado com aplicativos em Java de Twitter, Orkut e Facebook, além do Gmail.

"Mas não tem 3G. Pode isso, Arnaldo?" Pode. Agora operadoras como a Vivo, com seu Vivo On, ou a TIM e seu plano de dados pré-pago por horas, estão se ligando que há um imenso público que consome pouco em voz e quer mexer nessa tal de internet móvel. E para Twitter, E-mail (push, por sinal) e clientes enxutos de redes sociais, você não precisa muito mais que uma conexão 2G.

Rodrigo Ayres, gerente de produto e inteligência de mercado de celular da LG Electronics no Brasil, acha que dumbphones premium (ou Neosmarts, como ele prefere) podem conviver com celulares espertos mais baratos. "A penetração do 3G ainda não é tão grande. Para uma primeira experiência de redes sociais e email, o Cookie Plus atende. É um aparelho para massificar essa primeira experiência." 

E quantas pessoas compram esse aparelho? Segundo a LG, o segmento do Cookie (que tem ainda alguns celulares da linha XPress Music da Nokia e a família Star) representa 10% do mercado brasileiro. É muita gente em potencial. Ele falou que, pelos contratos de produção para a fábrica de Taubaté, espera-se uma quantidade enorme de aparelhos. E, por tudo que oferece – exatamente o que seu público espera -, o Cookie Plus tem enormes chances de fazer sucesso, ainda que a Samsung esteja firme na briga, com toda a família Star que eu, particularmente, achei melhor de usar, especialmente em relação à tela (ambas são touchscreens resistivas).

Até quando esse mercado de telefones caros que não são smartphones vai existir eu não sei. Mas sei que o pessoal que tem esses aparelhos hoje vai querer a "segunda experiência" de internet no celular logo, logo. E vai partir para outros doces além do Cookie. Froyos, Cupcakes ou Éclair, talvez?

UPDATE: Como o Paulo chamou a atenção nos comentários, outra diferença do Cookie para os smartphones é que ele pode aparecer em promoções mais interessantes, como nessa promoção do Magazine Luiza, que vende o aparelho por R$ 399. Aí ele faz bem mais sentido.

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