O atual líder da Coreia do Norte, Kim Jon-un, e seu pai, Kim Jong-il, teriam usado passaportes brasileiros forjados para solicitar vistos para países do ocidente durante a década de 1990.
A Reuters obteve cópias nunca antes publicadas dos passaportes e conversou com cinco fontes europeias de segurança para confirmar a veracidade dos registros – a agência, no entanto não teve acesso aos documentos oficiais e não pode confirmar se as cópias foram adulteradas ou não. As fontes não divulgaram como as imagens foram obtidas.
O paulistano Kim Jon-un
Josef Pwag, nascido em primeiro de fevereiro de 1983 em São Paulo, filho de Ricardo Pwag e Marcela Pwag Joou é o pseudônimo que o atual líder supremo da Coreia do Norte, Kim-Jon-un, utilizou no passaporte emitido pela Embaixada do Brasil em Praga.
O passaporte valeu de 1996 a 2006, mas a Reuters não sabe dizer se o ditador chegou a emitir vistos para o documento.
Já seu pai, o falecido Kim Jon-il, utilizou o pseudônimo Ijong Tchoi, nascido em São Paulo em 4 de abril de 1940. Os dados que aparecem na imagem não mostram parentesco entre os dois, e tudo que existe em comum entre os documentos é a embaixada que o emitiu e a data de validade.
Fontes de segurança ouvidas pela Reuters afirmam que uma tecnologia de reconhecimento facial confirmou que as fotografias nos passaportes são de Kin Jong-un e Kin Jong-il.
Rota de fuga
Uma das fontes (que confirmou a veracidade da documentação sob condição de anonimato), afirma que Kin Jong-um e Kin Jong-il usaram passaportes falsos brasileiros para solicitar vistos em embaixadas estrangeiras.
“Isso mostra seu desejo por viagens, e aponta para as tentativas da família governante de construir uma possível rota de fuga”, disse a fonte.
Uma fonte brasileira, também sobre condição de anonimato, afirmou à Reuters que os documentos eram legítimos quando foram enviados em branco para emissão em consulados.
Quatro fontes europeias confirmaram que ambos os passaportes brasileiros foram utilizados para solicitar vistos em pelo menos dois países ocidentais.
A embaixada da Coreia do Norte no Brasil se recusou a comentar e o Ministério das Relações Exteriores diz estar investigando o caso.
Veracidade
Apesar de ter confirmado a veracidade do documento com diversas fontes, a Reuters teve acesso apenas as cópias dos passaportes e não pode garantir se eles foram adulterados ou não.
Uma fonte de segurança se recusou a explicar como as cópias dos passaportes foram obtidas, citando regras de sigilo.
No entanto, em 2011, o jornal japonês Yomiuri Shimbun reportou que Kim Jon-um visitou Tóquio, Japão, usando um passaporte brasileiro em 1991 – data anterior a da emissão dos documentos fotografados.
De qualquer maneira, caso estes passaportes sejam de fato verdadeiros, fica fácil entender porque o Brasil é o único país que não pode ser atingido pelos novos mísseis norte-coreanos.
[Reuters]