A chegada da Amazon por aqui já fez as livrarias se mexerem e a Associação Nacional de Livrarias (ANL) divulgou uma carta aberta com propostas de regras para o mercado no Brasil.
As livrarias temem perder espaço com os livros digitais e sugeriram algumas regras para se protegerem da ameaça. Elas querem que os e-books só sejam lançados 120 dias depois dos impressos, o mesmo desconto de revenda de livros digitais para todas as livrarias, um teto de 30% na diferença entre a versão digital e física do livro e a limitação de 5% nos descontos dos e-books.
A preocupação da ANL é válida e as livrarias sabem que o impacto da Amazon no mercado é enorme. Nos Estados Unidos, por exemplo, muitas empresas fecharam as portas por não conseguirem competir igualmente com as ofertas das gigantes online. A Borders era a segunda maior livraria dos EUA, mas não entrou no mundo dos e-books e encerrou as operações no ano passado.
Mas também há exemplos de empresas que entenderam as mudanças no mercado e continuam relevantes. A Barnes & Noble, maior livraria dos EUA, lançou seu próprio e-reader – o Nook – e passou a vender e-books.
Não é apenas a ameaça dos livros digitais que faz a ANL temer pelo futuro do setor. E-books já são vendidos no Brasil por mais de 10 lojas. A diferença é quem entrou no país – a Amazon, com todo o poder de gigante online que ela tem.
No Brasil, por enquanto a diferença de preço dos livros físicos e dos e-books não é muito alta, mas a tendência é que isso aumente com o tempo e com a popularização dos e-readers por aqui. A ANL decidiu se mexer bem antes disso acontecer para evitar uma tragédia nas livrarias brasileiras. [O Globo]