Hacker que derrubou Xbox Live é condenado por 50.700 acusações, mas não é preso

O grupo Lizard Squad assumiu a autoria de ataques à PlayStation Network e Xbox Live. Depois, eles começaram a vender ataques DDoS sob demanda.

No final do ano passado, o grupo Lizard Squad assumiu a autoria de ataques à PlayStation Network e Xbox Live. Depois, eles começaram a vender ataques DDoS sob demanda “para testar servidores e redes”.

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Agora, um membro-chave do Lizard Squad na Finlândia foi condenado por 50.700 denúncias contra crimes de informática, mas não será preso.

Julius “zeekill” Kivimaki, 17, foi condenado a dois anos em sursis. Trata-se de uma suspensão condicional da pena: ele está em liberdade, e só será preso caso volte a cometer atos ilícitos. A polícia vai monitorar as atividades online dele.

Segundo a BBC, as acusações contra Kivimaki incluem 50.700 invasões em mais de uma centena de países, ataques DDoS, vazamento de informações de cartão de crédito e lavagem de dinheiro. Ele deverá devolver € 6.558 que obteve com a atividade.

Kivimaki aproveitou vulnerabilidades no Adobe ColdFusion para realizar ataques a servidores, roubar informações e criar uma botnet que seria usada para ataques DDoS. Ele também teria usado números roubados de cartão de crédito para comprar champanhe e vale-compras; e até estaria envolvido em um golpe com Bitcoin, que pagou uma viagem dele ao México.

E porque o jovem não foi preso? O jornal finlandês Helsingin Sanomat explica:

O tribunal distrital não encontrou um motivo forte para impor-lhe uma pena de prisão sem condicional, apesar de dano criminal. O Tribunal Europeu levou em consideração a pouca idade do garoto, e o fato de que ele ficou detido durante a investigação por cerca de um mês.

As atividades do Lizard Squad – como derrubar PSN e Xbox Live durante o Natal – não foram sequer mencionadas nos documentos do tribunal, segundo a BBC.

Julius Kivimaki
Julius Kivimaki em entrevista à Sky News

Blair Strater, constante vítima de assédio de Kivimaki, diz ao Daily Dot estar “absolutamente enojado” com a decisão judicial, por achar que a sentença foi leve demais. Ele diz que o hacker enviava ameaças falsas para a polícia americana, que despachava equipes da SWAT; e usava a identidade de Strater para fins próprios.

John Smedley também não gostou da notícia. Ele é CEO da Daybreak, antes Sony Online Entertainment; no ano passado, o Lizard Squad postou no Twitter que havia uma bomba no avião onde ele estava – o voo teve que ser desviado. O grupo também divulgou informações pessoais do executivo e tentou usar cartões de crédito dele.

Smedley não mediu palavras no Twitter: Kivimaki “é um sociopata e vai ter o que merece”; “os pais devem ser responsabilizados pelas ações dele, não basta ele ir para a prisão”; “eu vou te pegar, Julius”.

O executivo diz que Kivimaki “ainda tem outros 15 processos criminais que aguardam julgamento na Finlândia”, e cogita processar os pais dele no tribunal civil.

Smedley também mandou ameaças para Vinnie Omari, do Reino Unido, outro membro do Lizard Squad: “você terá seu dia no tribunal também… espero que você mantenha seu senso de humor na cadeia”.

Enquanto isso, o Lizard Squad proclama orgulhosamente no Twitter: “nós temos passe livre”.

[Krebs on SecurityBBCDaily Dot]

Foto por Ivan David Gomez Arce/Flickr

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