Maconha gera menos danos do que se pensava; cientistas pedem flexibilização
Cientistas da FDA (Food and Drug Administration, que equivale à Anvisa nos EUA) e do Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos recomendam a reavaliação da classificação da maconha no país.
Em uma revisão científica com mais de 250 páginas, pesquisadores argumentam que a droga tem potencial para oferecer benefícios médicos. Por isso, não deve estar na lista mais restritiva de droga dos EUA.
De acordo com o New York Times, um advogado do Texas processou autoridades do Departamento de Saúde e Serviços Humanos para que o documento fosse divulgado.
Reclassificação da maconha
Nos EUA, há uma classificação de drogas que divide as substâncias entre categorias que vão de um a cinco. Atualmente, a maconha pertence à Classe I, de entorpecentes que não têm autorização para uso médico e oferecem alto risco de dependência.
Por exemplo, a heroína é uma droga Classe I. Quem reconhece e classifica cada tipo de substância é a Administração de Combate às Drogas (DAE, na sigla em inglês). A maconha está dentro dessa classificação desde 1970.
Agora, cientistas recomendam que a DAE reclassifique a droga para que ela faça parte da Classe III. Esse grupo inclui substâncias que estão disponíveis sob prescrição médica, como cetamina e testosterona.
Em 2016, o órgão rejeitou um pedido de reclassificação da maconha, sob argumento de que não possuía um nível seguro de uso nem mesmo em casos em que há supervisão de um médico.
Desta vez, o novo documento também gerou tensões. Especialmente entre a área de segurança e controle de narcóticos mais conservadora e cientistas e profissionais da saúde que são a favor da mudança.
Por enquanto, a recomendação está sendo avaliada, mas ainda passará por debates públicos, segundo o New York Times. Dessa forma, a DAE deve anunciar sua decisão de maneira formal durante os próximos meses.