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Made in Brazil Hands-on: “Kindle” brasileiro precisa comer mais feijão com arroz

Experimentei o E-book Reader na EletroLarShow 2009, que ocorreu semana passada. O novo produto da BraView ainda está longe do Kindle da Amazon — mas é promissor.

Experimentei o E-book Reader na EletroLarShow 2009, que ocorreu semana passada. O novo produto da BraView ainda está longe do Kindle da Amazon — mas é promissor.

O E-Book Reader é um leitor de livros — somente arquivos PDF — e um player MP3. Há três modelos: BR-100 (que testei), BR-200 e BR-400. As diferenças estão basicamente no design e na memória flash, de 128MB a 1GB. Todos têm 32 MB de memória SDRAM e entrada para cartão de memória SD de até 4GB.

A bateria tem autonomia para até 8.000 páginas de leitura — telas de e-ink só gastam energia para trocar de página, não para exibi-las. A tela tem resolução de 800×600 pixels e 170 dpi, e exibe quatro tons de cinza. O leitor vem em quatro cores: branco, preto, rosa e amarelo — com a qual brinquei no evento. Confira o vídeo no fim do post.

 

O design se parece terrivelmente com o leitor de e-books Cool-er, sobre o qual o Giz americano fez review. Não sei se a BraView licenciou o design, mas as semelhanças são marcantes. O que não é muito bom: os botõezinhos na parte esquerda são pequenos demais; se preciso usar sempre o botão "Voltar", por que não torná-lo mais acessível? (Só o modelo BR-400 tem botões de controle acessíveis.) E, como bem apontado pelo Giz americano, o visual parece o de um xing-ling: não só por fora, a interface também parece a de um MP4. De fato, o produto semipronto é importado de Taiwan e finalizado no Brasil.

É possível dar zoom no texto e ler na horizontal. Folhear páginas (e virar na horizontal), no modelo que testei, demora alguns segundos— mas não usei um produto final, só posso esperar que demore menos quando o produto for lançado. Alguns criticam o Kindle por não ter suporte a fontes, algo que o Cool-er também não tem. No E-book reader, as fontes dos textos são as fontes dos arquivos PDF.

Mas faltam muitas coisas no E-book Reader! Coisas que faço nos meus livros: marcar páginas, fazer anotações, continuar a ler de onde parei (o que só existe para o último livro lido)… Segundo o gerente de marketing Eduardo Silva, o aparelho pode receber futuras atualizações de software e ganhar mais funções. Acredito que anotações estão fora, já que precisam de teclado e nenhum dos três modelos possuem um.

Não pude testar as funções de MP3 do E-book Reader. De acordo com Eduardo Silva, o aparelho tem suporte a audiobook.

O produto ainda não está à venda: a BraView está prcurando parceiros, não só para o aparelho, mas para fornecer conteúdo também —na linha do Cool-er e do Kindle. O preço estimado: 200 dólares. R$ 400 só para ler meus PDFs? Mais algumas funções básicas, como marcar páginas, interface melhor — fora um lag menor ao folhear — me convenceriam. Por enquanto, tem que comer mais feijão com arroz.

 

 

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