Made in Brazil Hands-on: Samsung Jét

A Samsung apresentou esta semana o Jét, celular touchscreen autoproclamado "o mais rápido do mundo". Com 3G, Wi-Fi, GPS e câmera de 5MP por um bom preço, ele parece ser uma boa pedida. Colocamos nossas mãos engorduradas nele para checar se o oba-oba procede.

A Samsung apresentou esta semana o Jét, celular touchscreen autoproclamado "o mais rápido do mundo". Com 3G, Wi-Fi, GPS e câmera de 5MP por um bom preço, ele parece ser uma boa pedida. Colocamos nossas mãos engorduradas nele para checar se o oba-oba procede.

Em resumo: ele é bacana, rapidíssimo, mas não é um smartphone. Curiosamente, talvez o seu maior concorrente entre os touchscreens com boa resolução seja o Omnia, também da Samsung. Pelo preço (R$1.599 desbloqueado), ele parece fazer muito mais que dumbphones glamurizados de outras marcas (ou até mesmo que o Omnia). Vejamos.

O Jét tem processador de 800MHz — mais rápido que smartphones como o Nokia N97 (424MHz), Xperia X1 (528MHz), e até o iPhone 3GS (600 MHz). (A Toshiba já lançou o TG01, de 1GHz, então o Jét não é o celular mais rápido do mundo, mas não sejamos chatos!) Só que, ao contrário destes, o Jét não é smartphone: o poder de processamento será usado para internet e reprodução de vídeos em qualidade de DVD. E dá para notar a velocidade? Bem, o aparelho que usei não deu nenhuma travadinha, nem uma vez, e sempre reagiu rápido. Mas não é uma experiência "oh meu Deus", é mais algo do tipo "isso funciona".

A tela sensível a toque é resistiva, como a de celulares da Nokia (e não como a do iPhone), e ela nem sempre responde aos comandos: é necessária uma certa pressão na tela para arrastar os widgets ou selecionar funções, por exemplo. E a tela ficou um pouco engordurada com algum tempo de uso. A tela é AMOLED, supostamente melhor que outros tipos de tela, e tem feedback (ela vibra) ao ser pressionada, como o Star.

E a digitação me surpreendeu! O aparelho tem acelerômetro e dois teclados na tela: um numérico na vertical, com três letras por tecla, e o QWERTY na horizontal. Digitar com o QWERTY foi muito fácil, e mesmo digitando rápido foi difícil cometer erros. A tecla pressionada é ampliada para você saber qual tecla o celular reconheceu, assim como no Nokia 5800. O recurso de letras como atalhos também é interessante: por exemplo, para desbloquear a tela, escreva "M" e surge o menu de mensagens.

O sistema operacional é proprietário da Samsung: uma pena, pois indica que a oferta de programas para ele será reduzida. O Jét roda aplicativos em Java, mas tente achar um editor de pacote Office nessa linguagem — ele não vem com leitor de arquivos .doc ou .xls, por exemplo. A interface é fácil de ser usada, e bem parecida com a do Samsung Star. Mas o destaque fica mesmo nos online widgets, pequenos aplicativos na tela do Jét — como pesquisa Google, tempo e redes sociais (Facebook, Orkut etc.) — que em geral levam você para a internet.

E a internet proporciona uma experiência muito boa. O navegador Dolfin é proprietário, mas é baseado no WebKit, engine usada no Android e no iPhone — até por isso tem interface parecida com a do Mobile Safari. Para tirar onda com o processamento, o navegador possui navegação por abas (até cinco) e suporta Flash. O zoom é ativado de forma interessante: pressione e arraste o dedo na tela para cima para aumentar o zoom, ou para baixo para diminuir — clicar duas vezes também ativa o zoom. O Jét acessa rede 3G e Wi-Fi, mas quando usei o aparelho a navegação foi lenta, provavelmente por culpa da operadora.

O Jét tem um cubo para acessar as funções multimídia (fotos, vídeos, câmera etc.), semelhante ao LG Arena, e que reage levemente ao movimento da mão. Mas é uma experiência confusa: o celular não entende quando quero girar o cubo ou quando quero selecionar uma função — é completamente dispensável, para mim. Mas quem curtir a função terá um botão dedicado para o cubo.

A câmera de 5MP tem flash LED duplo e detecção de sorriso. Fotos no escuro, usando flash, ficaram boas na tela do aparelho. A detecção de sorriso não funcionou, no entanto, porque o ambiente estava escuro. A câmera também filma a até 720×480, e gostei da qualidade, pelo menos vendo no aparelho.

O tocador multimídia não é muito bom: em vez dos tradicionais botões play/pause/stop, você tem que tocar a tela duas vezes para reproduzir ou pausar — como a tela não responde sempre ao toque, pode gerar uma experiência confusa. Ir para um certo ponto da música também não é tarefa fácil. Para trocar a música, é só bater duas vezes com o dedo na parte de cima do aparelho. Essas tentativas de reinventar a roda me intrigam.

Quanto a e-mail, o aparelho sincroniza com o Exchange Server através do ActiveSync, então teoricamente poderia ser usado por clientes empresariais também — mas esse não é o foco do Jét. Fora que a função de e-mail fica escondida entre as mensagens e não se destaca no aparelho. Então você precisa ser um pouco esperto para transformar o Jét em semismartphone.

O aparelho tem mais algumas firulas, como reconhecimento de música (grave uma música e o celular reconhece para você), "chamada falsa" (o aparelho "cria" uma ligação para você sair de situações constrangedoras) e mensagem SOS (o celular manda uma mensagem para até cinco números cadastrados dizendo que você precisa de ajuda).

E o Jét também tem um serviço meio duvidoso de localização se for roubado: após cadastro, se lhe afanarem o aparelho, ele envia para você o código IMEI e o número do telefone que está sendo usado nele. Daí você liga pro ladrão e pede pra devolver, quem sabe, porque ele não envia a localização do aparelho — apesar de ter GPS. O GPS usa o Route 66, serviço proprietário da Samsung, gratuito por 6 meses.

O aparelho já está à venda em algumas lojas e, como falamos, sai por R$1.599 desbloqueado. Está disponível em todas as grandes operadoras (Vivo, TIM, Claro e Oi) e também no varejo. Com um bom plano e desconto de fidelização, pode valer a pena.

 

Vídeo do Samsung Jét em ação

 

Samsung Jét S8000

– Dimensões: 109 x 53 x 12 mm / 115g

– Tecnologia: 3G HSDPA 3.6Mbps (850, 2100 MHz)

– Display: 3.1” 16M WVGA AMOLED

– Câmera fotográfica com resolução de 5 megapixels + Dual Flash

– Rádio FM com RDS e gravador

– Music Player: MP3 / WMA

– DNSe Music Equalizer & SRS WOW Sound Effect

– Video Player: DivX / XviD / H.263 / H.264 / WMV / MPEG4

– Conectividade: Bluetooth 2.1 e WiFi

– MMS Vídeo

– Java 2.0 / WAP 2.0

– Share Pix / Communities

– Online Widgets

– Modo Off-line

– Viva-Voz

– Memória interna de 2 GB expansível por cartão microSD

– Capacidade máxima de memória: 10GB

– Kit básico inclui além do aparelho, bateria, fone de ouvido estéreo, cabo de dados USB e microSD 8GB.

– Preço sugerido: R$ 1.599,00

 

Comercial do Samsung Jét (valeu Víctor!)

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