Made in Brazil O que artistas brasileiros esperam do iPad
Faltam algumas semanas para o lançamento do iPad. Ainda não sabemos quando exatamente ele começa a ser vendido por aqui, mas as pessoas já especulam: será que ele será revolucionário ou, por uma série de motivos, o tablet da Apple faz pouco sentido no Brasil? A revista Galileu ouviu do Boninho, diretor do BBB, até Fernando Meirelles, diretor de Cidade de Deus, para ter uma ideia do que alguns brasileiros ilustres pensam sobre o assunto. O que eles acham?
No geral, os brasileiros são meio conservadores e estão em modo esperar pra ver. Boninho diz que o fato de não termos um iTunes com conteúdo nacional é um empecilho, mas ele ficaria feliz em vender capítulos da novela das 8 quando tivermos algo parecido. Bom pra ele. Lucas Silveira, da banda Fresno, é outro que chora pela falta do iTunes. É difícil imaginar que algo como um iPad faça sucesso aqui sem muito conteúdo disponível para compra.
Fernando Meirelles diz que os cinemas não serão ameaçados. "O iPad parece mais adequado a formatos mais rápidos, coisas que podemos assistir com apenas 15% do cérebro focado". Como eu só uso 10% do meu, 15% parece muito. Meirelles acha que se os tablets fizerem sucesso, o formato de médias metragens, feito para uma tela menor, pode vingar.
Ronaldo Lemos, professor da FGV e pensador de cibercultura, avalia que o iPad é um certo retrocesso em relação ao consumo de coisas na Internet, já que é uma via de mão única (pode ser que mais gente leia o Giz no conforto da cama, com o iPad, mas não comente: o tablet é algo para leitura primordialmente).
Há bem mais coisas ali. Na verdade esse post é meio auto-promocional: eu escrevi o texto que está nas oito páginas da revista (férias é pra isso), e os repórteres André Bernardo e Ricardo Sabbag fizeram as entrevistas. A reportagem está nas bancas, na Galileu que tem um gatinho (ou um cachorro) na capa. É difícil resistir a bichos fofos.