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Tal como previmos, entre as câmeras apresentadas pela Panasonic na semana passada no Rio de Janeiro, estava a Lumix DMC-TZ10/ZS7, novo modelo da série de compactas da marca. Demos um giro pela cidade, onde pudemos testá-la rapidamente. Eis as nossas primeiras impressões.
A série TZ (Travel Zoom) começou em 2006 com a proposta de oferecer um grande alcance de zoom em um corpo mais compacto do que a de máquinas “superzoom” como as da série FZ, da própria Panasonic. A fórmula deu certo, e em 2010 a série entra em sua quinta geração, com os modelos TZ10/ZS7 e TZ8/ZS5. No Brasil (e aparentemente em toda a América), adota-se a nomenclatura ZS.
[TODAS AS IMAGENS QUE ILUSTRAM ESTE POST PODEM SER AMPLIADAS AO CLICAR SOBRE ELAS. O LINK “[100% CROP]” MOSTRA UM CORTE DA FOTOGRAFIA EM SEU TAMANHO ORIGINAL, O QUE PERMITE UMA VERIFICAÇÃO MAIS DETALHADA DA DEFINIÇÃO DA IMAGEM.]
As câmeras ainda não têm preço definido, nem data para chegar ao Brasil, mas isso deve ocorrer nos próximos meses. Os jornalistas brasileiros presentes ao evento da Panasonic testaram um protótipo que, em minhas mãos, chegou a travar algumas vezes – os comandos paravam de responder, e era necessário retirar a bateria para desligar a máquina. Segundo Mestre Nagano (não sei se vocês sabem, mas o “M” de M. Nagano é como o “M” de M. Bison), do Zumo, que também estava no evento, a versão que utilizamos tinha firmware 0.3.
As maiores novidades da ZS7 são o recurso de GPS e o controle manual de velocidade e exposição. Ela ainda inclui sensor de 12,1 milhões de pixels efetivos (o da ZS3 tem 10,1 milhões de pixels), suporte a cartões Secure Digital Extended Capacity (SDXC), que prevê capacidades de até 2 TB, o modo Intelligent Zoom, um processo digital que se propõe a estender o alcance do zoom óptico em 1,3x, e o sistema de estabilização de imagem Power O.I.S (sucessor do Mega O.I.S utilizado na ZS3).
Por fora, a maior mudança ocorre no posicionamento dos botões superiores – o disco para seleção de modo volta a ocupar um lugar mais ao centro, o que permite uma operação rápida usando o dedão. A ZS3 deslocara esse disco para o canto direito, pedindo o uso do indicador.
De resto, as câmeras apresentam especificações semelhantes, como você pode ver abaixo.
Com corpo de metal, a câmera aparenta ter boa resistência. A tela apresenta uma imagem com boa definição, a interface gráfica é simples, e os botões de controle concentram-se do lado direito. O Exposure serve para ajustar a abertura e a velocidade em modos como Aperture Priority, Shutter Priority e Manual. Ao pressioná-lo, as “setinhas” em volta do botão Menu/Set passam a controlar esses parâmetros. O botão vermelho inicia e interrompe a gravação de vídeo, e o Q.Menu serve para chamar um menu rápido.
Erro de ortografia detectado por M. Nagano, sempre atento às traduções nas câmeras lançadas por aqui.
O recurso de GPS permite embutir informações de latitude e longitude em cada arquivo, indicando onde a foi tirada. Ao ativá-lo, a câmera geralmente demora alguns minutos para se localizar. Caso queira usar o recurso com frequência, o ideal é deixá-lo permanentemente ativado – ele continua a funcionar mesmo com a câmera desligada, atualizando a posicionamento de tempos em tempos. A desvantagem é que isso consome um pouco de bateria.
A memória interna da câmera armazena informações como nomes de país, estado, cidade e pontos de referência (mais de 500 mil em 73 países), que são exibidas na tela.
As imagens no geral têm ótima qualidade e sofrem apenas das limitações comuns a câmeras compactas, o que causa contornos pouco definidos e falta de detalhe nas texturas, principalmente em cenários com pouco contraste ou baixa iluminação. Esses problemas não costumam afetar drasticamente a visualização das fotos pela web ou mesmo impressões em tamanhos moderados.
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/800 s – [100% CROP]
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/1300 s – [100% CROP]
ISO 80, 25 mm, f/5, 1/1300 s – [100% CROP]
O modo Intelligent Auto (iA) é muito eficiente, tanto que foi utilizado em boa parte das fotos publicadas neste post.
ISO 125, 25 mm, f/5.6, 1/640 s – [100% CROP]
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/320 s – [100% CROP]
ISO 100, 25 mm, f/3.3, 1/640 s, flash (!) – [100% CROP A] – [100% CROP B]
ISO 100, 25 mm, f/3.3, 6 s – [100% CROP]
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/1300 s – [100% CROP]
ISO 80, 300 mm, f/4.9, 1/250 s – [100% CROP]
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/1300 s – [100% CROP]
ISO 80, 25 mm, f/5.6, 1/400 s – [100% CROP]
ISO 125, 25 mm, f/5.6, 1/500 s – [100% CROP]
Note como a imagem tem a definição prejudicada com níveis de sensibilidade mais altos. Mesmo assim, acredito que seja possível utilizar capturas em ISO 800 para exposição na web ou impressões pequenas, se você não for muito exigente.
ISO 1600, 25 mm, f/3.3, 1/15 s – [100% CROP]
ISO 1600, 25 mm, f/3.3, 1/25 s, flash – [100% CROP]
ISO 800, 25 mm, f/3.3, 1/10 s, flash – [100% CROP]
ISO 800, 25 m, f/3.3, 1/15 s – [100% CROP]
ISO 800, 300 mm, f/4.9, 1/15 s – [100% CROP]
ISO 800, 25 mm, f/3.3, 1/13 s, flash – [100% CROP]
ISO 400, 25 mm, f/3.3, 1/60 s, flash – [100% CROP]
Como é possível ver pelas fotos abaixo, a objetiva 25 – 300 mm (equiv. 35 mm) é muito versátil – da fileira mais alta do Maracanã, é possível tanto fotografar o campo inteiro quanto dar um close-up na grande área. O estabilizador de imagem ajuda nesses momentos.
ISO 125, 25 mm, f/4, 1/320 s – [100% CROP]
ISO 250, 300 mm, f/4.9, 1/800 s – [100% CROP]
ISO 125, 25 mm, f/3.3, 1/1000 s – [100% CROP]
ISO 125, 300 mm, f/4.9, 1/800 s – [100% CROP]
ISO 125, 25 mm, f/5.6, 1/800 s – [100% CROP]
ISO 80, 300 mm, f/5.6, 1/500 s – [100% CROP]
Algo que me intrigou muito foi o tal Intelligent Zoom. Ao aumentar o zoom óptico em 1,33x, a distância focal estende-se a 399 mm (equiv. 35 mm), ou seja, o alcance do zoom aumenta de 12x para 15,96x.
Uma foto tirada com o zoom inteligente de 15,96x (ou 16x, como mostra a tela da câmera) terá registrada em seus metadados (Exif) a informação de que a distância focal (equiv. 35 mm) utilizada foi de 399 mm em vez de 300 mm, um processo diferente do que ocorre quando se usa o zoom digital tradicional – ao capturar uma imagem com zoom digital de 30x, por exemplo, a distância focal (equiv. 35 mm) gravada nos metadados é de 300 mm (alcance máximo do zoom óptico), não de 750 mm. A distância focal “real” registrada, por sua vez, é de 49,2 mm tanto nas fotos com zoom óptico de 12x quanto nas com zoom inteligente de 15,96x e zoom digital de 30x. (Putz, espero que vocês tenham entendido este parágrafo.)
Abaixo, fiz algumas comparações entre o zoom inteligente de 15,96x e ampliações realizadas digitalmente no PC.
A primeira foto da cabeça do Cristo Redentor foi feita com zoom óptico de 12x. A segunda, com o zoom inteligente de 15,96x. As três imagens seguintes são ampliações de 1,33x (mesmo aumento proporcionado pelo Intelligent Zoom) da primeira foto, com zoom óptico de 12x. A diferença entre elas é o software e o algoritmo utilizado para aumentá-las: Adobe Photoshop CS3 com Bicubic, o mesmo Photoshop com Bicubic Smooth e ACDSee Pro 3 com Lanczos. Vale a pena olhar os cortes em 100% para notar as diferenças entre cada uma.
ISO 80, 25 mm, f/5.6, 1/500 s – [100% CROP]
ISO 80, 300 mm, f/4.9, 1/400 s – [100% CROP]
ISO 80, 399 mm, f/4.9, 1/320 s, com Intelligent Zoom – [100% CROP]
ISO 80, 300 mm, f/4.9, 1/400 s, ampliado em 1,3x com Adobe Photoshop CS3 + Bicubic – [100% CROP]
ISO 80, 300 mm, f/4.9, 1/400 s, ampliado em 1,3x com Adobe Photoshop CS3 + Bicubic Smooth – [100% CROP]
ISO 80, 300 mm, f/4.9, 1/400 s, ampliado em 1,3x com ACDSee Pro 3 + Lanczos – [100% CROP]
Ao menos na minha avaliação, a foto tirada com Intelligent Zoom aparenta ter definição levemente superior à das três ampliações feitas no PC – que apresentaram poucas diferenças entre si. Mas não digo isso com absoluta segurança – acho até que é possível retocar as três ampliações e chegar a um resultado tão bom (ou quase) quanto o da imagem com Intelligent Zoom.
Na foto abaixo, do Maracanã, a ampliação digital foi feita com Lanczos no ACDSee Pro 3.
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/800 s – [100% CROP]
ISO 125, 300 mm, f/4.9, 1/800 s – [100% CROP]
ISO 80, 399 mm, f/5.6, 1/400 s, com Intelligent Zoom – [100% CROP]
ISO 125, 300 mm, f/4.9, 1/800 s, ampliado em 1,3x com ACDSee Pro 3 + Lanczos – [100% CROP]
O algoritmo utilizado na Lumix aparenta ser superior aos que utilizei nas ampliações posteriores, mas a vantagem é tão pouca que o melhor é continuar a usar apenas o zoom óptico.
Por fim, um rápido close-up para testar a macro.
ISO 80, 25 mm, f/3.3, 1/320 s – [100% CROP]
Gravei também vídeos em alta definição (720p) no formato AVCHD Lite. Abaixo, algumas capturas.
Os arquivos acima estão pesados porque salvei as capturas no formato PNG, para tentar manter a qualidade de imagem original do vídeo. A falta de definição é facilmente perceptível mesmo com as imagens em movimento, mas eu diria que o resultado final é razoável, dentro do esperado para uma câmera da categoria e até superior ao oferecido pela maioria de suas concorrentes. O mesmo vale para o áudio capturado pelo microfone estéreo.
[ATUALIZAÇÃO] Após muita paciência (a velocidade de upload absurdamente ridícula fornecida pelo Speedy é um verdadeiro teste aos nervos) e erros de transmissão, consegui postar alguns vídeos gravados com a ZS7. Usei o programa SmartLabs tsMuxeR para fazer uns cortes toscos e subi os arquivos com a compressão original para o YouTube – segundo a CNET, o melhor serviço web para compartilhamento de vídeo em alta definição. E, de fato, a diferença entre as imagens originais e as exibidas pelo YouTube parece-me pequena. Vale acessar o site para assistir aos vídeos em 720p.
[informações da ZS3 via Digital Photography Review]
O Gizmodo foi ao Optical Seminar 2010 no Rio de Janeiro a convite de Panasonic.