Made in Brazil Por que usar o Linux, afinal? Vocês responderam

Falei aqui da minha experiência inicialmente ruim com o Linux, na última sexta-feira. Convidei as pessoas a me explicarem, afinal, qual a vantagem de usar o sistema livre, mesmo que seja preciso reaprender coisas. Escolhi algumas respostas que resumem o fantástico debate que quebrou o recorde de comentários do Gizmodo Brasil.

Falei aqui da minha experiência inicialmente ruim com o Linux, na última sexta-feira. Convidei as pessoas a me explicarem, afinal, qual a vantagem de usar o sistema livre, mesmo que seja preciso reaprender coisas. Escolhi algumas respostas que resumem o fantástico debate que quebrou o recorde de comentários do Gizmodo Brasil.l.

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João Marcelo: entrando no lado ideológico, talvez entrando no linux você contribua para aumentar esse 1%, incentivando as empresas a pensar um pouco mais em você e investir em soluções abertas. imagine um mundo com um interface padrão para baterias, carregadores de celular, cartões de memória, etc. querendo ou não, linux é um incentivo para tudo isso.

Alex W Baule: Uma outra coisa é boa, minha mãe e minha esposa só usam o Ubuntu, para tudo… principalmente pela falta de conhecimento delas em "engenharia social"… ou seja, qualquer coisa que elas cliquem, não acontece nada…..

fabian.becker: O Linux é revolucionário. Não em termos de tecnologia. Com certeza. Mas o simples fato de reunir um grupo tão intangível (não encontrei outra palavra para expressar isto) para construir algo que funciona tão razoavelmente bem (santo eufemismo, batman) merece muito o nosso apoio. Nem que seja criticando. O Linux, assim como o Firefox e tantos opensources, expressa um novo modo de produção, uma nova conduta, que, no mímino, merece ser alimentada só para ver onde vai dar.

Estas coisas estão fazendo história, mesmo que no fim das contas dê tudo errado. E eu quero meter um dedinho na história.

guimaluf: Temos a segunda garantia de que nossos aplicativos não estão presos a um único fornecedor, qualquer um tem a liberdade para modificar o software, isso propicia uma competição justa e o desenvolvimento continuo do aplicativo. Se acontecer uma nova crise mundial e a empresa que desenvolve o "seu" software falir, oq vc irá fazer? utilizar a versão legada dessa empresa? alugar um novo software?

blakraider: O Linux eh mais rapido que o Windows…
O Linux pode ser personalizado até a raiz(kernel se preferir)…
O Linux te da acesso total aos arquivos do sistema…

Felipe Cepriano: Eu acho que como sistema, o Linux é bem melhor que o Windows. O gerenciamento de memória, principalmente. Eu costumo ter muitas coisas abertas (geralmente o Opera com cerca de 60 abas, o Firefox com umas 10/15 e as vezes o VMWare, sem contar o Apache/MySQL/SSH/NFS e outros servidores rodando por baixo). Tenho certeza que na minha máquina (Um Athlon 64 3200+ com 1,5GB de RAM), o Windows, seja ele qual for, vai pedir água.

Josias: Para trabalhar, daí me desculpem, mas é difícil bater um Unix (Linux, BSD, AIX, Solaris, etc). Alguém já rodou uma simulação de 3 meses no windows? Ou melhor, você confia que seu windows vai funcionar por 3 meses seguidos, sem se reiniciar sozinho por causa de um update, ou de um simples bug no gerenciamento de memória ou sei lá o que para arriscar uma simulação de 3 meses?

Lord: Meus arquivos não ficam fragmentados. Eu prefiro copiar pelo linux uma partição inteira do windows de um lado do hd para o outro que utilizar o desfragmentador. ( no windows eusou obrigado a deixar o diskeeper ativo).

Há excelentes argumentos para NÃO usar o Linux, que devo colocar depois. No geral, os usuários mais experientes de Linux que deram as opiniões mais sensatas, fazendo a ressalva que na média, ele é obviamente mais difícil e não amigável ao leigo – mas que traz vantagens como as que eu coloquei aí em cima.

O único ponto negativo da discussão foi que vários acharam que eu era idiota, repetindo as instruções básicas que obviamente não funcionaram pra mim. O flash foi só um exemplo que eu usei para ilustrar o fato de que as instalações podem ser um pé no saco. Ela é a primeira dificuldade. E sim, no Ubuntu netbook remix não adianta ir no site do flash, nem baixar e apertar no .deb. É preciso abrir o synaptic e caçar na unha o instalador (se você colocar "flash" na pesquisa ele não encontra).

Depois ainda me deparei com outros problemas: o VLC não reconhece meu pen-drive (não basta instalá-lo, é preciso achar outros 4 pacotes de codecs no Synaptics, diferente do Windows); não dá pra segurar o botão do touchpad e mexer na barra de rolagens, porque o Ubuntu dá pau com o netbook da Dell e é preciso colocar manualmente as dimensões dele para que não haja duplo clique; o teclado de repente não faz mais o cedilha… A lista segue.

Quem acha que as coisas são mais plug and play no Linux são simplesmente *tards. usuários do Linux que tiveram muito mais sorte que eu e pegaram a distro certa pro hardware. Como eu falei, os mais experientes no Linux foram as que deram as opiniões mais equilibradas, e basicamente todos concordaram que há algumas coisas difíceis mesmo, e que o sistema ainda não está pronto para um usuário comum "out of the box".

E as críticas dos freetards de que é preciso formatar o Windows a cada 6 meses ou que é preciso usar CD de instalação o tempo inteiro, caçar drivers, é de quem não usa o Windows há anos. Se vamos comparar Ubuntu lançado este ano com Windows, que seja com o Windows 7 ou o Vista com as atualizações mais recentes.

Eu, por exemplo, troquei TODO o meu computador agora – processador, placa-mãe, de vídeo e tudo, só deixei o HD com o Windows 7 instalado. No primeiro boot ele ficou 5 minutos procurando drivers no background, pediu pra eu reiniciar e pronto. Estava tudo instalado. Não precisei nem pensar no Painel de Controle ou instalar qualquer CD.

Mas aí já estou abrindo outra discussão. O ponto é: estou usando o Ubuntu no netbook, consegui instalar algumas coisas, e ele tem funcionado relativamente bem para as tarefas básicas. A discussão foi ótima, rendeu outros vários comentários excelentes, além desses que coloquei aí em cima. E no final das contas, como eu meio que previa, a motivação ideológica é a que prevalece.

O que não é ruim. Aprender coisas novas, apoiar um esforço coletivo, crer em uma alternativa gratuita, tudo isso parece bem válido e bonito. Mas é preciso dedicar tempo e paciência à tarefa.

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