O Fórum Econômico Mundial divulgou um mapa animado que projeta um cenário climático extremo decorrente do aquecimento global. O modelo climático prevê aumentos recordes de temperatura ao longo deste século em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil.
O mapa foi feito pelo projeto EarthTime, a partir de vários bancos de dados climáticos, além de informações coletadas por satélites da NASA. O modelo mostra que grandes áreas do globo podem chegar a temperaturas médias de 38º C até o ano de 2100.
Segundo a projeção, se o aquecimento global ficar mais de 4º C acima da média dos níveis pré-industriais, centenas de milhões de pessoas serão afetadas por ondas de calor. Nova Deli, na Índia; Arizona, nos EUA; e regiões do sul da Europa; por exemplo, podem ficar vários meses do ano com temperaturas atingindo pelo menos 30º C.
No caso do Brasil, é possível perceber no mapa que, com o passar das décadas, boa parte do país passa a ter uma cor mais amarelada/avermelhada, o que indica uma temperatura média próxima dos 28,5º C durante os meses mais frios do ano – ou seja, junho, julho e agosto.
As ondas de calor se concentram inicialmente nas regiões norte e centro-oeste, e se expandem com o passar dos anos na direção do nordeste e sudeste – com potencial para afetar grandes áreas metropolitanas brasileiras. Isso significa que essas regiões devem ter temperaturas médias mais altas durante o inverno do que estamos acostumados na atualidade.
O Fórum Econômico Mundial ressalta que esse cenário extremo afetará negativamente a vida futura das crianças que hoje têm em torno de 10 e 12 anos de idade. Quando elas chegarem na terceira idade, estarão enfrentando ondas de calor mais frequentes e duradouras. Confira o mapa animado:
“As tendências de longo prazo muitas vezes podem parecer abstratas e intangíveis. Visualizar os efeitos dessas tendências, com base nos dados científicos mais recentes, pode ajudar as pessoas a agir e trabalhar em direção a objetivos compartilhados”, diz Stephan Mergenthaler, chefe de inteligência estratégica do Fórum Econômico Mundial.
Além das ondas de calor, existe o risco do aumento de incêndios florestais, bem como o derretimento do gelo no planeta — seguido do posterior aumento do nível do mar, com a água invadindo cidades litorâneas inteiras ou de baixa altitude.
Por outro lado, especialistas afirmam que é possível que esses piores impactos das mudanças climáticas podem ser evitados se limitarmos o aquecimento global a menos de 2º C acima dos níveis pré-industriais. Para isso ocorrer, são necessárias políticas globais urgentes e eficazes, além de esforços para remover o dióxido de carbono da atmosfera ou compensá-lo com a plantação de novas florestas.