Impressoras. Nada mais irritante do que quando o papel fica travado. Mas um dia elas matarão todos nós.
Estou falando sobre todas as máquinas, até as mais inócuas. O novo Exterminador do Futuro será lançado nesta semana. As pessoas pensam sobre o filme e riem, ou ficam assustadas, pensando que “isto acontecerá algum dia” ou “sem chance, isto não será o futuro”. Eu acho que há uma terceira alternativa: que o nosso controle sobre as nossas ferramentas já está começando a se desenrolar.
Nas forças armadas, robôs burros programados para matar estão matando. Robôs aéreos não-tripulados no Oriente Médio estão conquistando lugares e vidas e robôs com os mesmos armamentos de soldados rasos – humanos – no solo estão prontos para fazer o mesmo. Um dia, assim como nos filmes, eles não precisarão mais de nós para pilotá-los. O io9, site irmão do Gizmodo, entrará a fundo no mundo de robôs assassinos tanto na ficção científica quanto na realidade nesta semana. Mas nenhum de nós do Giz já tomou um tiro na cara por um exterminador, pelo menos que eu saiba. É incrível só de pensar nisso, mas isto não afeta exatamente a maior parte de nós nos nossos subúrbios e cidades distantes dos conflitos.
No entanto, a guerra está sendo travada em outro front secreto, sempre ao nosso redor.
De onde estou, os gadgets e a tecnologia quase nunca nos ouvem e causam um tremendo estrago quando enguiçam nas horas mais inoportunas. Quanto mais dependemos deles, mais poder eles têm sobre nós.
Ano passado, um homem dirigiu seu carro por uma rota planejada por um GPS e entrou num lago, quase se afogando. Mês passado, uma turbina a jato sugou um bando de gansos, perdendo toda a sua potência. Discos rígidos cometem suicídio com todo o registro da sua vida a bordo. Um celular tão necessário pra você ligar pro 190 faz a ligação cair. Um homem configura seu computador para uma apresentação de trabalho e sua coleção de pornografia se abre sozinha no seu protetor de tela, custando a ele o seu emprego. Um motorista é abalroado pela traseira por um homem escrevendo uma mensagem de texto enquanto se aproximava de um sinal fechado usando um celular com nenhuma teclado físico. Laptops queimam seus genitais ou pior quando suas baterias explodem. Tá, ninguém está morrendo nestes casos, mas eles ainda assim nos ferem.
E é exatamente assim que os dispositivos burros – tecnologia pessoal com nenhuma habilidade senciente, motores fracos e conexões com pequena banda – causam danos hoje em dia à nossa qualidade de vida. Os grandes ferimentos em massa estão a caminho conforme aumentamos a nossa dependência, os gadgets ganham cada hora mais recursos e a Lei de Murphy começa a dominar. Somos tolos se achamos que podemos controlá-los quando a maior parte do mundo não consegue nem fazer com que seus sistemas operacionais parem de travar. Ou então aquelas impressoras pararem de engolir o papel. Ou seja, é tão difícil assim imaginar um dia quando eles desejarão sangue humano para servir de tinta e começarão a nos desativar começando pelas nossas gravatas? Eu não acho.
Olhe ao seu redor. Nossa luta contra as máquinas já começou.
Se você já foi ferido, humilhado, mutilado ou morto por um gadget ou outro produto tecnológico, favor nos informar aí nos comentários.
Máquinas de Comportamento Mortal: uma semana explorando a relação às vezes difícil entre o homem e a tecnologia.