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Marinha americana cogita criar paradoxais bombas “seguras” com potência variável

A Marinha americana quer que os pilotos selecionem o nível de potência de bombas antes de jogá-las. Como uma cadeira de massagem, com a sutil diferença que bombas matam, queimam e destroem pessoas. Eles dizem que isso será mais seguro. Mas nós sabemos que não existe uma bomba segura.

A empresa por trás do protótipo, ATK, está oferecendo uma bomba com explosão variável que pode ser explodida por um detonador – o formato tradicional que causa explosões massivas e enormes – ou via deflagração, que queima os explosivos em velocidade subsônica, sem explosão. Então o raciocínio aqui é que um piloto pode preparar uma bomba “com opções” e salvar dinheiro e peso, decidindo que configuração usar assim que o alvo for identificado. Em áreas despovoadas, bomba neles! Ela detonaria completamente, deixando uma enorme cratera. Mas em áreas com alto número de civis, a ATK diz que o sistema para diminuir a potência reduz o raio de explosão em 40%, enquanto o modo subsônico mantém intacto um vidro a dois metros de distância. Sei.

O apelo para tal tecnologia parece óbvio. De acordo com o site Afghanistan Conflict Monitor, forças de coalizão são responsáveis pela morte de 39% dos civis afegãos – isso usando sistemas de bombas guiadas a laser sem modos de “segurança”. Erro humano e tecnologias embrionárias criam uma combinação fatal, e a presença do novo sistema só será mais intensa quando os pilotos forem responsáveis por mudar a configuração a cada bomba que eles soltarem – “Há sempre o risco de escolher a opção errada”, diz John Pike, analista de defesa. Os pilotos são altamente treinados e habilidosos, mas eles não são perfeitos, ainda por cima sob a enorme pressão psicológica que uma guerra traz. A tecnologia provavelmente tornou a guerra menos selvagem se compararmos com os dias que nos acertávamos na cabeça com maças e espadas, mas a noção de que ela pode tornar algo sanguinolento em algo seguro só pode ser visto com ceticismo. [New Scientist]

Foto por Marion Doss

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