Como Mark Zuckerberg vem mudando o Facebook para torná-lo mais semelhante ao Google
O Facebook é uma rede social lucrativa com mais de um bilhão de usuários, mas precisa ir além para continuar relevante. Mark Zuckerberg mencionou algumas ideias para o futuro do Facebook… e tudo soa muito parecido com o Google.
A Fast Company fez um perfil de Zuckerberg, no qual o cofundador do Facebook lista seus projetos para o futuro: “construir um Feed de Notícias de primeira classe, um produto de mensagens de primeira classe, um produto de pesquisa de primeira classe, um sistema de anúncios de primeira classe, inventar realidade virtual e construir drones“.
Tudo isso é bem parecido com o que o Google – e sua controladora, a Alphabet – estão tentando fazer. Temos mensagens na forma do Gmail, Inbox e Hangouts; a busca na web e em aplicativos; o sistema de anúncios que gera quase toda a receita do Google; projetos como Cardboard e Tango; e os drones que levarão internet junto a balões.
E isso porque Zuck não mencionou as ambições de vídeo do Facebook, que quer se tornar o novo YouTube.
Além disso, o Facebook tem um objetivo bem semelhante ao do Google: atingir o “próximo bilhão” de usuários – pessoas de regiões em desenvolvimento onde celulares são também computadores pessoais.
A missão do Facebook é “dar a todos no mundo o poder de compartilhar e tornar o mundo mais aberto e conectado”, como diz Zuckerberg, explicando que agora ele passa um terço de seu tempo supervisionando estas iniciativas futuras. “Estas coisas não podem falhar. Precisamos fazê-las funcionar a fim de realizar a missão.”
Zuckerberg aposta que o futuro de sua empresa depende de três grandes fatores: levar o Facebook a mais usuários, como visto acima; realidade virtual na forma do Oculus VR; e investir na inteligência artificial… outro ramo em que o Google aposta forte.
Uma inteligência artificial avançada poderia ajudar a destacar as coisas que são mesmo relevantes para você, mantendo o usuário no serviço por mais tempo e tornando você mais atraente para anúncios direcionados. “O Facebook está trabalhando para estar no centro do mundo da IA, porque ela vai afetar o Instagram, WhatsApp e Messenger”, diz Kevin Systrom, cofundador do Instagram. “Ela é amplamente aplicável a todos os produtos sociais”.
Não é segredo que Google e Facebook atuam em diversas áreas em comum. A novidade é que Zuckerberg acredita estar fazendo isso melhor do que Larry Page e companhia:
“Há maneiras diferentes de fazer inovação”, diz ele, demonstrando um grande contraste sem nunca mencionar Page, Google ou a Alphabet. “Você pode plantar muitas sementes, não se comprometer com qualquer uma delas em particular, e apenas ver qual delas cresce. E essa não é realmente a nossa abordagem. Colocamos a missão em primeiro lugar, e então focamos nas peças de que precisamos e vamos fundo nelas, e nos comprometemos com elas.”
Ele está tentando dizer que o Google vem exagerando nos “moonshots”, projetos ambiciosos de longo prazo? Ou que o Facebook tem um foco direcionado em apenas seis coisas gigantescas, incluindo “inventar realidade virtual”?
O Facebook teve um sucesso inegável em redes sociais (ao contrário do Google), mas Zuckerberg diz que “um dos meus grandes arrependimentos é que o Facebook não teve uma grande chance de moldar o ecossistema de sistemas operacionais móveis”. É uma área na qual o Google teve um sucesso estrondoso com o Android.
O que Zuckerberg planeja para o futuro? Bem, ele aposta que “a realidade virtual será a próxima grande plataforma de computação”, e acredita que ela será bastante usada para interações sociais. Só o tempo dirá se ele está certo ou não.
Foto por Eric Risberg/AP