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Mesmo que ninguém esteja te forçando a usar um serviço, não significa que você não possa (ou não deva) criticá-lo

Muito foi escrito nas últimas semanas sobre a decisão do Google de obrigar identidades reais em vez de autorizar o uso de pseudônimos no Google+, incluindo esta ótima opinião de Cory Doctorow, editor do Boing Boing (eu concordo com ele). No seu artigo, porém, Doctorow articula sobre um problema que quase sempre aparece quando criticamos […]

Muito foi escrito nas últimas semanas sobre a decisão do Google de obrigar identidades reais em vez de autorizar o uso de pseudônimos no Google+, incluindo esta ótima opinião de Cory Doctorow, editor do Boing Boing (eu concordo com ele). No seu artigo, porém, Doctorow articula sobre um problema que quase sempre aparece quando criticamos algum serviço online gratuito como o Google+ ou o Facebook:

…quando o presidente do Google, Eric Schmidt, disse ao NPR que “o G+ é completamente opcional. Ninguém está sendo forçado a usar”, ele deu a entender que a única situação em que um serviço deve ser criticado é quando ele é obrigatório.

Esta teoria simplista de discurso crítico é perfeitamente incoerente, dando a entender que o único papel que os “consumidores” têm é o de comprar coisas ou não comprar coisas, usar coisas ou não usar coisas, e que estas decisões não devem ser tomadas depois da absorção de informações através de vigorosos debates e discussões, mas apenas por mensagens de marketing.

Afinal, ninguém está forçando ninguém a comer em um restaurante, então por que publicaríamos uma resenha dele?

Doctorow descreve a defesa do Google como uma “desonestidade intelectual monumental”, algo com o qual eu tendo a concordar, mas comentários parecidos são direcionados a praticamente qualquer um que tente criticar um serviço ou gadget não-essencial. Doctorow oferece um bom lembrete de por que nós não devemos deixar este tipo de opinião descarrilar as discussões críticas produtivas. [Guardian]

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