Meta é processada nos EUA por “fazer vista grossa” para exploração infantil e tráfico humano

Reportagem revelou que empresa sabia da existência de atividades criminosas em suas plataformas, mas falhou em adotar medidas efetivas
Meta leva multa de quase US$ 19 milhões por quebrar regra da União Europeia

Um grupo de acionistas processou a Meta Platforms, controladora de Facebook, Instagram e WhatsApp, acusando membros do conselho de administração de ignorarem tráfico de pessoas e exploração sexual infantil em suas redes sociais. Se condenados, Mark Zuckerberg e outros membros do conselho serão responsabilizados legalmente e podem ser obrigados a pagar indenizações.

A ação diz que o membros de alto escalão da empresa fecharam os olhos para as práticas nas redes sociais nos últimos 10 anos, mesmo tendo evidências da existência do fenômeno.

Em resposta à AFP, o porta-voz do Andy Stone afirmou que a empresa proíbe estritamente essas práticas em suas plataformas e que as acusações do grupo de acionistas não refletem os esforços da companhia para combater essas atividades.

“Nosso objetivo é impedir que pessoas que buscam explorar outras pessoas usem nossa plataforma, e trabalhamos em estreita colaboração com organizações como Polaris, Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas e Stop the Traffik para informar esses esforços”

Um dos principais argumentos é de que a Meta não soube explicar exatamente quais são as medidas adotadas para combater a prática em suas plataformas e que, por esse motivo, a única conclusão possível é de que a empresa permitiu as práticas conscientemente.

Documentos obtidos pela CNN revelam que a cúpula da gigante da tecnologia tem conhecimento de casos de exploração sexual infantil e tráfico de pessoas há quase cinco anos, mas ainda não adotou medidas agressivas e efetivas para combater a atividade criminosa em suas redes sociais.

Além disso, denúncias realizadas pela ex-funcionária da Meta, Frances Haugen, que foi membro da equipe de integridade cívica, revelaram que as plataformas da Meta são utilizadas há vários anos como ferramentas para uma série de atividades criminosas.

Ela também diz que atividades ilegais são conhecidas pelos membros de alto escalão, mas nem sempre são tratadas com o senso de urgência. Uma das denúncias que mais mancharam a imagem da empresa foi a de que o conselho negligenciou estudos que comprovaram que o Instagram causa prejuízos psicológicos em crianças e adolescentes.

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Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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