Metrô de São Paulo cobre câmeras que detectavam reação de passageiros a publicidade
Há algum tempo o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) tem lutado para que a Linha 4-Amarela, do Metrô de São Paulo, prestasse esclarecimentos sobre um sistema de câmeras de reconhecimento facial para que anunciantes pudessem verificar a percepção dos passageiros sobre peças publicitárias. A ViaQuatro, consórcio responsável pela linha, já tinha desativado as câmeras de boa-fé. No entanto, agora a companhia também adesivou os sensores por determinação da Justiça de São Paulo
Segundo o IDEC, citando determinação da Justiça, a ViaQuatro recebeu a ordem de “cessar a captação de imagens, sons e quaisquer outros dados através de câmeras ou outros dispositivos envolvendo as denominadas portas digitais, promovendo o desligamento das referidas câmeras já instaladas; e colocar adesivos nas câmeras, para que assim, tenha-se plena certeza de que a medida foi efetivamente cumprida”. O prazo que eles tinham para isso era 3 de outubro, o que foi cumprido pela empresa.
Boa notícia! Graças à ação do @idec, Justiça de São Paulo obrigou ViaQuatro a adesivar as câmeras das “portas interativas digitais” para impedir coleta ilegal de dados. Ordem foi cumprida na madrugada de 03 de outubro. pic.twitter.com/j33QEHfBX1
— Rafael Zanatta (@rafa_zanatta) 4 de outubro de 2018
Questionada pelo Gizmodo Brasil, a ViaQuatro reiterou que já tinha desativado as câmeras e que uma solicitação posterior da Justiça pediu o adesivamento das mesmas, o que foi prontamente feito.
Mesmo assim, a ViaQuatro vai tentar provar em juízo a legalidade do sistema. A empresa relembra que a decisão do desligamento das câmeras é liminar e que aguardará um posicionamento em definitivo do Judiciário “quanto à defesa que será apresentada para, então, definir o que será feito com os equipamentos instalados”.
O processo começou já há algum tempo, e o problema de toda a situação, segundo o IDEC, é a falta de informação. Para o instituto, que é autor da causa, as câmeras foram colocadas no metrô e os passageiros não foram informados de que estavam sendo monitorados e o que pode acontecer com esses dados coletados— no caso, imagens de reações/emoções a peças publicitárias.
Imagem do topo por Flávio Oota