_Cultura

“Meu Vizinho Adolf” traz ator de “Bacurau” em comédia dramática sobre nazismo

"Meu Vizinho Adolf" traz ator de "Bacurau" em comédia dramática sobre nazismo que comove, mas não funciona no gênero

meu vizinho adolf

Imagem: Divulgação

Em “Meu Vizinho Adolf”, a sinopse nos apresenta “um solitário e mal-humorado sobrevivente do Holocausto se convence de que o seu novo vizinho é nada menos que Adolf Hitler”. O filme estreia no Brasil no Festival Filmelier, que acontece entre 19 de abril e 10 de maio, trazendo 20 obras inéditas ao país.

A trama se passa na Colômbia nos anos 1960. Depois de perder sua família para o regime nazista, o sobrevivente polonês Marek Polsky (David Hayman) se dedica a cultivar rosas negras em seu quintal. Mas sua rotina muda quando Herman Herzog (Udo Kier) se muda para a casa ao lado e eles começam uma disputa por terreno. A partir daí, seu dia a dia passa a envolver jogos de xadrez com o homem que Polsky quer provar às autoridades ser Hitler.

Um contexto histórico aqui é importante: 1960 foi o ano em que o serviço secreto Mossad capturou Adolf Eichmann, um dos organizadores da “Solução Final”, plano de extermínio dos judeus, na Argentina. Na época, a América do Sul era o destino da fuga de muitos nazistas no pós-guerra, incluindo o do Anjo da Morte Josef Mengele, que morreu no Brasil em 1979.

Performances emocionantes

Se um dos nomes do elenco for familiar para você, é porque Kier esteve no thriller brasileiro “Bacurau” (2019), indicado a uma Palma de Ouro em Cannes. O ator alemão já provou ser bom em interpretar autoridades perversas, papel que ele também exerce, de certo modo, nesta comédia dramática.

Hayman também não é novo em dramas de guerra. Ele já interpretou Pavel, o ajudante de cozinha no filme sobre a Segunda Guerra Mundial “O Menino do Pijama Listrado”.

Unindo a qualidade das atuações de ambos, “Meu Vizinho Adolf” garante uma boa química entre os personagens, o que eleva o nível da produção. Contudo, se você espera uma comédia, não assista. Para uma obra do gênero, o longa simplesmente não funciona – e nesse quesito, pode ser até entediante.

Com leves toques de humor e ironia, o filme do diretor Leon Prudovsky está bem mais para um drama. E os momentos dramáticos se destacam muito mais, aliás. No mais, a interpretação de Hayman consegue transmitir toda a dor de um sobrevivente do Holocausto, enquanto mostra até onde alguém pode ir para se aproximar de um inimigo.

Confira o trailer de “Meu Vizinho Adolf”:

Sair da versão mobile