Michael J. Fox eternizado pela franquia “De Volta para o Futuro”, falou sobre os desafios e a luta contra o Parkinson ao longo dos últimos 32 anos, revelando que o diagnóstico durante o auge de sua carreira o levou ao alcoolismo. O astro contou que tomou pílulas de dopamina durante os primeiros anos em que conviveu com a doença, na tentativa de esconder os sintomas.
“Eu não sabia o que estava acontecendo. Eu não sabia o que estava por vir”, disse o astro em seu novo documentário, “Still: A Michael J. Fox Movie” (via TN), que estreou recentemente no Festival de Cinema de Sundance. “E daí se eu pudesse tomar quatro taças de vinho e talvez uma dose? Ele era definitivamente um alcoólatra”, completou.
Documentário
Na produção, o ator canadense de 61 anos se abriu sobre o diagnóstico de Parkinson, que descobriu em 1991 aos 29 anos e suas consequências, incluindo abuso de substâncias e eventualmente sobriedade. No documentário, Fox reconhece que se sentiu inseguro sobre seu futuro depois de saber que tinha o distúrbio neurológico. Consequentemente, esse sentimento o levou a uma relação doentia com o álcool.
“Valor terapêutico, conveniência, nenhum desses foram os motivos pelos quais tomei essas pílulas”, disse ele. “Só havia um motivo: esconder”, explica, lembrando que também abusou das pílulas de dopamina. Michael J. Fox revelou que as tomava como doces na tentativa de acalmar os primeiros sintomas do Parkinson, como tremores e lidar com suas consequências para a saúde mental.
“Eu era o Príncipe de Hollywood. Você acha que a vida é feita de tijolos e pedras. Mas não é. É feita de papel e penas. É uma ilusão”, disse Fox No época, o ator descontou as frustrações com a doença no álcool. “Eu bebi para dissociar. Eu era definitivamente um alcoólatra”, revelou.
Família
Felizmente, a esposa de Fox, a atriz Tracy Pollan, e seus quatro filhos o ajudaram a ficar sóbrio: “Passei 30 anos sem beber”, comentou. Mas os primeiros anos de sobriedade foram difíceis, acrescentou, pois o forçaram a lidar com seu diagnóstico: “Não consigo mais fugir de mim mesmo”.
Fox só foi a público para falar da doença sete anos mais tarde de descobrir o diagnóstico, em 1998. Nos últimos tempos, vem pegando menos projetos para o cinema e se dedicando a um instituto voltado a pesquisa para tratamento e cura da doença. Lançada em 2000, a The Michael J. Fox Foundation (MJFF) tem como intuito ajudar a financiar pesquisas sobre a condição.
Ainda no documentário, Fox ainda afirmou que estava grato por poder ajudar outras pessoas que vivem com Parkinson. “Fiquei maravilhado com tudo o que me foi dado, sucesso, minha vida com Tracy, minha família, me preparou para esta grande oportunidade e responsabilidade”, disse. “Foi um presente”, afirmou.
O final de “Still” mostra Fox refletindo sobre como o MJFF mudou o curso de sua vida. “Algumas pessoas veriam a notícia da minha doença como um fim, mas eu estava começando a sentir que era realmente um começo”, finalizou.