Sem muito alarde, o Office 2010 começou a ser vendido. Com bastante foco na nuvem e colaborações online, além de mais facilidade de criar "impacto" com documentos e apresentações, ele chega em 3 versões, a mais barata custando os mesmos R$ 199 para 3 licenças "caseiras e para estudantes". Teoricamente ele está ainda mais fácil de usar, com a mesma cara (que muita gente estranhou) do 2007. Mas ele está longe de ser mais simples: Há novas funções avançadas, do corretor com ou sem reforma ortográfica do Word a minigráficos no Excel, passando pela edição de vídeo dentro do Powerpoint. Vale o upgrade?
Primeiro, ao que importa bastante: preços. A Microsoft simplificou um pouco a linha e agora vende três versões apenas, além da "Starter", que substitui o Microsoft Works e já vem pré-carregada em novos computadores da Dell, HP, Positivo e Megaware, entre outras. São elas:
* Home & Student: Três licenças, com Word, Excel, Powerpoint e OneNote (o Wordpad que fica conectado à nuvem o tempo inteiro, basicamente), por R$ 199.
* Home & Business: Duas licenças, com tudo do Home & Student + o Outlook, por R$ 499.
* Professional: Duas licenças, tudo do business + Publisher (para fazer peças publicitárias e de divulgação) e Access, de banco de dados. Custa R$ 1.399.
Quem comprou o Office 2007 a partir de 5 de março deste ano até setembro tem direito a um upgrade gratuito. Para quem comprou antes disso, é preciso comprar de novo. Mal aí. Mas você pode testar o produto antes (por aqui) e, se gostar, pode comprar a licença online, ao invés de ter aqueles DVDs que não entram em boa parte dos notes e netbooks de hoje. Por ora, só a versão para PC está disponível, mas até o fim do ano teremos o Office 2010 para Mac também, para lembrar que Apple e Microsoft podem ser felizes juntas.
"Mas Pedro, eu já tenho o Word e o Excel! Pra quê eu preciso desses?" Como você é muita gente (segundo uma pesquisa da FGV que a Microsoft mostrou hoje, 92% dos PCs do Brasil têm o Office, pirata ou não), eu vou responder. Mais ou menos. Se você é um usuário avançado de alguma dessas coisas, vai curtir os upgrades. Nós vimos algumas demonstrações de cada um dos produtos que impressionaram bem e devem servir um bocado pra esse pessoal que faz trabalho sério (não essa coisa de escrever pra blog).
Aqui estão as principais novidades:
Outlook: Visualização de e-mails agrupados em conversas (tal qual o Gmail), o que, segundo a MS, reduz em 30% o tempo que você gasta lendo as mensagens. Há algumas coisas mais interessantes que o Gmail: dá para "limpar a conversa", mantendo apenas a primeira e última mensagem ou "ignorar a conversa", perfeito para a segunda-feira que mil colegas mandam e-mail sacaneando seu time. Quando você recebe o convite para uma reunião, a sua agenda aparece já no corpo da mensagem para você ver se tem tempo. Há também um plug-in que permite conectar o e-mail de um contato ao perfil no Facebook, dando uma cara à pessoa e mostrando o último update (isso pode gerar situações bem bizarras).
Powerpoint: De todos, é o que tem mais novidades. Há bem mais transições e ele conversa melhor com os outros programas da suite. Se você der um ctrl+c/ctrl+v em informações do Excel, pro exemplo, ele pode transformar em um gráfico mais bonito no PPT. Além disso, é possível editar as imagens de várias formas (corrigindo cores e aplicando alguns filtros básicos ou tirando o fundo), bem como inserir e editar vídeos. Ao menos na máquina em que foi demonstrado, a edição rolava surpreendentemente rápido.
Word: O mais importante: há opção de corretor ortográfico pré ou pós acordo ortográfico. As opções de estilo agora contam com um menu visual e um preview instantâneo. Não é necessário mais mudar tudo e dar ctrl+z depois. O programa é mais esperto em detectar, por exemplo, uma lista de coisas e transformar isso em tabela. O menu "Arquivo" também está mais visual, com preview das páginas e todas as opções de salvar, exportar para web ou compartilhar online acessíveis a um botão.
Excel: Eu não entendo de Excel, tenho medo dele. Mas vi que ele ganhou alguns recursos. Se você usa uma planilha que consome muito processamento, a versão 64 bits (presente em todas as caixas) pode usar melhor seu PC para fazer os cálculos. É possível fazer pequenos menus e atalhos dentro da listinha para checar dados específicos além de minigráficos instantâneos a partir de uma linha ou coluna. A maior utilidade, pra mim, são os 3.000 modelos de documentos e planilhas, específicos para o Brasil, presentes no novo site do Office (office.com/br), com coisas como financiamento da casa própria (além de uma penca de clip-arts).
A Nuvem: Tudo está conectado à internet. Há o Office Webapps que tem versões gratuitas de todos os programas, com as funcionalidades básicas. Você não precisa ter o Office para acessá-lo, apenas uma conta Live/Hotmail/Skydrive. A ideia é que você edite os documentos com colaborações dos outros, como no Google Docs. A diferença aqui é que os programas têm mais recursos e mantém a formatação depois de mexidos no Webapps, no Office do celular (por enquanto só no Windows Phone, em 2011 em celulares Nokia) ou nos programas do PC. O que evita a criação de monstrengos.
Honestamente, é difícil entender as melhorias sem usar: eu, que não mexo em quase nada do Office (além de um eventual Word, como a maioria), achei as novas opções de estilo, exportação para web e colaboração online bem práticas e rápidas. Está tudo mais visual, com grandes botões, mas é um estilo que muita gente não gosta. Eu devolvo a pergunta que fiz lá em cima para quem estava usando a versão Beta (que vale até outubro, aliás): vale a pena o upgrade? Baixem a demo e tirem suas próprias conclusões.
Ou esperem aqui, que daremos algumas cópias do Office no próximo concurso.
Mais informações no hotsite do Office da Microsoft.