O novo Surface Studio é a aposta da Microsoft para conquistar o pessoal do mercado criativo que vem sendo abandonado pelas fabricantes tradicionais (ahem, Apple). O design do tudo-em-um pega emprestado os principais elementos do iMac, porém ele tem uma tela touch e uma dobradiça que permite que você o deite e o transforme numa mesa de desenho.
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Os preços começam em US$ 3 mil, o que é bem caro. Mas depois que coloquei minhas mãos nessa bela máquina por alguns minutos, desejei ter um motivo para comprar um desses.
A primeira coisa que chama a atenção no Surface Studio é a tela. São 28 polegadas numa proporção 3:2, gigante e bela. Ela é muito brilhante, vívida e imersiva.
O computador é incrivelmente fino, especialmente para um monitor que é enorme e sensível ao toque. A Surface Pen, que vem junto com o computador, pode ser colocada na parte lateral graças a um ímã, e tem praticamente a mesma largura da tela (o computador é fino mesmo).
Quando o Surface Studio está de pé, ele se parece muito com um iMac, embora tenha uma moldura mais fina e não tenha aquela curva na parte traseira.
O Surface Studio esconde todas suas portas na parte de baixo. Ali estão as quatro USB 3.0, o botão liga/desliga, a mini DisplayPort e o cabo de energia. A base é sustentada por dois braços cromados que, como a Microsoft disse na apresentação, parecem desaparecer quando ele está de pé.
Se você empurrar o computador para trás, ele vai descendo até deitar e então você pode desenhar na tela. E pra mim, esse foi o grande momento “uau”. Fazer esse movimento é muito fácil, embora o peso da tela seja de quase seis quilos.
O design da chamada “Dobradiça Zero Gravidade” permite que você mova a tela da posição vertical até um ângulo de 20 graus com uma só mão. É melhor fazer isso com duas mãos – especialmente se você quiser ajustar a inclinação com precisão – mas como a Microsoft prometeu, dá pra fazer tudo com uma só.
E o Surface Studio brilha quando está deitado. De pé, ele é ótimo para jogar, trabalhar com textos ou edições de imagens e vídeos; mas quando está deitado, ganha novas possibilidades.
A proporção 3:2 da tela é um pouco estranha, mas faz sentido quando você percebe que é algo que pode ser usado como dois monitores lado a lado. Consigo imaginar profissionais ajustando diferentes espaços de trabalho 16:9 pela tela, especialmente quando ele está inclinado.
A resolução do display está um pouco abaixo do 5K e a densidade de pixels é um pouco menor do que a do iMac 5K, mas mal dá pra perceber. Ela parece fantástica, especialmente quando você está muito perto.
A Surface Pen pode ser usada para navegar – dá para usar o dedo também – e a resposta e sensibilidade é praticamente idêntica a que temos no Surface Pro 4 e Surface Book, que já é muito boa. O tablet gráfico Cintiq 27QHD da Wacom, que também custa US$ 3 mil, tem mais pontos de pressão (2048 contra 1024), o que é melhor para artistas digitais que demandam mais precisão, mas a resposta que tive com a Surface Pen foi natural e instantânea.
Ao desenhar na tela, a caneta se saiu muito bem. Encostar meu braço na tela não interrompeu o que eu estava escrevendo. Se você já usou a Surface Pen num Surface Book ou Surface Pro, é o mesmo tipo de experiência. Mas desenhar no Studio é mais imersivo, principalmente por causa da tela enorme – você literalmente se sente dentro da tela.
Além da Surface Pen, há uma nova ferramenta chamada Surface Dial. Custa US$ 100, mas é bem legal. Você pode girá-lo para navegar pelo histórico do documento que está editando, ou então para dar zoom em imagens. Se você estiver usando a ferramenta de pincel de um editor de imagens, use-o para mudar o tamanho do pincel. Ao apertar e segurar o botão no topo do Dial, você abre uma ferramenta com mais opções e acessa determinadas funções.
Você pode colocar o Dial em cima da tela também. A partir dali é possível mudar as cores, por exemplo.
Não passei muito tempo com o Surface Studio, mas ele pareceu rápido e responsivo. E para um computador que custa pelo menos US$ 3 mil, é melhor que seja mesmo.
O Microsoft Surface Studio convence? Bem, como uma usuária do Mac por muito tempo, ele quase me fez querer migrar para o Windows 10. Quase. Eu só não tenho um uso específico para ele.
Dito isso, para profissionais criativos – o público-alvo deste computador, afinal – eu acho que a ideia de transformar um computador numa mesa de desenho que pode interessar muita gente.