O novo ministro de cibersegurança do Japão, Yoshitaka Sakurada, nunca usou um computador na vida. Nem uma vez. Mas ele insiste que a falta de experiência não terá um impacto negativo em seu trabalho.
“Desde que eu tinha 25 anos de idade e era independente, orientei minha equipe e secretários. Eu nunca usei um computador na minha vida”, disse Sakurada ao parlamento japonês nesta quinta-feira (15), respondendo a perguntas sobre suas qualificações, conforme conta a reportagem do Kyodo News.
Sakurada tem 68 anos e seu papel será supervisionar a segurança cibernética das Olimpíadas de 2020, que acontecerá em Tóquio. Ele se tornou chefe de cibersegurança do país no mês passado, quando o primeiro-ministro Shinzo Abe foi reeleito.
Quando um parlamentar expressou espanto com o fato de alguém que nunca usou um computador ocupar esse cargo, Sakurada disse que esse “é um assunto que deveria ser tratado com o governo como um todo”.
“Estou confiante de que não tenho culpa”, completou.
Em outras palavras, não coloque a culpa em mim, eu só trabalho aqui.
Parece que a ignorância de Sakurada com a tecnologia pode representar um problema real. Outro parlamentar perguntou a ele se as estações de energia nuclear do Japão utilizam drives USB. Sakurada não fazia ideia e disse que “especialistas” poderiam responder à questão.
Uma repórter da ABC na Austrália chegou a questionar no Twitter se Sakurada seria capaz de usar uma máquina de fax. Pode parecer meio sarcástico, mas o fax ainda é popular no Japão. Em 2011, 45% das casas tinham um fax.
Japanese minister in charge of cyber security Yoshitaka Sakurada does not (cannot?) use a computer… can he use a fax machine? https://t.co/itRc6SDKTR
— Yumi Asada (@yumi_asada) 14 de novembro de 2018
O ministro da Japão responsável pela cibersegurança, Yoshitaka Sakurada, não usa (não é capaz [de usar]) um computador… Será que ele usa fax?
Até agora, ninguém pediu diretamente para que Sakurada renuncie ao seu posto, mas é difícil dizer que ele conseguirá se manter em uma posição tão importante sem absolutamente nenhuma experiência relevante. Mas coisas estranhas como essa têm acontecido em todo o mundo…