As sondas terrestres marcianas são ótimas por vários motivos, talvez o mais importante seja que elas nos permitem viver a experiência marciana por meio de um pedaço de metal andando pelo Planeta Vermelho. A NASA está atualmente trabalhando em uma missão de sonda terrestre ainda sem nome agendada para 2020 e está no processo de definir o local do pouso. A Agência Espacial Europeia (ESA) também acabou de anunciar que está debatendo dois lugares para sua missão de 2020, a ExoMars, que irá buscar sinais de vida antiga.
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“Embora os três lugares que estão sendo discutidos [pela ESA] nos dariam excelentes oportunidades de buscar assinaturas de antigos biomarcadores e entendermos melhor o passado mais úmido do planeta, nós podemos escolher apenas dois lugares para uma análise mais detalhada”, Jorge Vago, cientista do projeto ExoMars da ESA, disse em um comunicado à imprensa. “Ambos os lugares candidatos explorariam um período da história marciana antiga que não foi estudado em missões anteriores.”
Mapa do relevo de Oxia Planum (Imagem: NASA/JPL-Caltech/Arizona State University; analise: IRSPS/TAS-I)
Os dois locais em questão, Oxia Planum e Mawrth Vallis, ficam logo ao norte do equador e ambos apresentam depósitos geológicos que se acredita terem se formado em condições mais úmidas em algum ponto do passado distante de Marte. Além do fato de que lugares que preservaram a história antiga dos oceanos marcianos são uma ótima escolha na caça por aliens, ambas as localizações têm elevações relativamente baixas, o que permitirá à ExoMars atmosfera o bastante para ajudar a desacelerar durante sua descida com paraquedas.
Mawrth Vallis. (Imagem: ESA/DLR/FU Berlin)
Imagina-se que Oxia Planum contenha leitos de minerais ricos em argila e que, cerca de 3,9 bilhões de anos atrás, diversos rios de água passavam por essa região. A apenas algumas centenas de quilômetros de distância, Mawrth Vallis apresenta depósitos ricos em argila similares, de acordo com as observações da órbita. A ESA espera ter uma decisão final sobre a localização de pouso um ano antes do grande lançamento.
O ExoMars faz parte de uma série de missões marcianas da ESA e da russa Roscosmos State Corporation. Ano passado, o ExoMars Trace Gas Orbiter alcançou a atmosfera de Marte e logo vai começar a coletar metano e outros gases atmosféricos que podem revelar algum tipo de atividade biológica, do passado e do presente. Sua próxima iteração vai se sujar na superfície do planeta vermelho e nos mandar informações de volta para a Terra por meio do Trace Gas Orbiter. Isso, é claro, se o pouso da sonda terrestre da ExoMars em 2020 acontecer mais suavemente do que a infeliz tentativa de pouso da Schiaparelli no ano passado.
Com toda essa exploração de Marte, é melhor alguém encontrar algo bom naquele planeta. Mas sem pressão.
[ESA]