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MIT apresenta adesivo de ultrassom que monitora doenças em tempo real

O adesivo de ultrassom do MIT já está sendo testado em Boston, nos EUA; ideia é monitorar pessoas grávidas e com doenças crônicas. Veja o vídeo demonstrativo

Imagem: MIT/Divulgação

Um estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA, divulgado na quinta-feira (28), pode estar prestes a transformar a maneira como nos relacionamos com nossa saúde. 

Os pesquisadores reduziram o ultrassom –aquela tecnologia comum para identificar o que está no nosso corpo através de ondas sonoras– ao tamanho de um adesivo de não mais de cinco centímetros. 

Quando “colado” na pele, esse acessório pode fornecer informações sobre o que se passa do lado de dentro de, por exemplo, pessoas grávidas ou com doenças crônicas. Outra finalidade seria ajudar a ajustar o condicionamento físico e bem estar. Tudo em tempo real. 

O adesivo do MIT está em fase de testes em hospitais de Boston, nos EUA. A expectativa é que o dispositivo se torne popular em breve –especialmente para quem precisa de monitoramento frequente.

No futuro, o plano é integrar o adesivo a uma inteligência artificial capaz de interpretar as imagens enquanto são registradas. Veja o vídeo demonstrativo:

Como isso é possível? 

O ultrassom funciona através da aplicação de uma camada de hidrogel de resfriamento ósseo no corpo. É esse componente que atua como condutor para que as ondas sonoras emitidas pela sonda de ultrassom entrem no corpo humano e colidam em estruturas, como os órgãos, vasos sanguíneos ou ossos, por exemplo.

Os ecos causados pela colisão das ondas são, então, traduzidos em imagens reproduzidas em um computador. 

Até agora, por causa da necessidade de aparelhos e especialistas no uso dos ultrassons, essa era uma tecnologia exclusiva aos hospitais. Outro ponto de dificuldade era o ressecamento do hidrogel, que é essencial para o funcionamento do aparelho. 

A dúvida dos pesquisadores era, justamente, facilitar o acesso a essa tecnologia. E isso foi possível com alguns ajustes. Veja a seguir. 

Simulação da pele humana 

 A equipe do MIT se inspirou na pele humana para criar um hidrogel “permanente” na fixação do adesivo. Xuanhe Zhao, professor de engenharia que liderou o estudo, disse ao site Inverse que os pesquisadores engrossaram a consistência do hidrogel até parecer com gelatina. 

Esse material passou por um material chamado elastômero, para que ficasse com 0,04 milímetros de espessura. Isso fez com que o hidrogel ganhasse um aspecto “emborrachado”, o que evita que seque e enquanto mantém a propagação das ondas sonoras. 

Sondas de ultrassom 

Com a “cola” de hidrogel garantida, chegou a vez de colocar sondas de ultrassom sobre o hidrogel. Neste caso, são sondas rígidas, mas igualmente finas. É isso que vai possibilitar que o adesivo se mantenha fixo e as sondas continuem focadas mesmo com o corpo em movimento.

Etapa concluída com sucesso: na etapa de testes, o adesivo não se mexeu mesmo quando os voluntários correram, andaram de bicicleta ou até mesmo nadaram. 

Camada bioadesiva 

É o toque final, a última camada sobre a tecnologia de ultrassom super fina. Os pesquisadores projetaram o acessório para que fique na pele por até dois dias.

Ele é resistente a ambientes secos, úmidos e não deixa resíduo pegajoso. O tamanho é discreto: até 2 cm de diâmetro e 3 mm de espessura –quase um selo postal. 

Adesivo conectado

O adesivo de ultrassom precisa ser conectado a um dispositivo externo para coletar as ondas sonoras e convertê-las em imagem. Aqui há um ponto a ser solucionado. “Estamos trabalhando para integrar tudo em um único dispositivo sem fio”, disse Zhao. 

E apesar da qualidade da imagem ser relativamente boa, os pesquisadores esperam aumentar a resolução. O objetivo é fazer com que o adesivo tenha a mesma imagem que as máquinas convencionais. 

Até agora, a resolução mais alta alcançada foi 100 a 200 micrômetros. “Queremos aumentar especialmente para órgãos mais profundos, como coração e pulmões”, disse.

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