Pesquisadores descobrem molécula que confirma que Urano fede a ovo podre

Depois de alguma especulação, cientistas observaram diretamente uma molécula na atmosfera profunda de Urano que confirma o fedor de Urano. A molécula é o sulfeto de hidrogênio — e ela é importante por mais razões do que simplesmente determinar o cheiro do planeta. • Diamantes encontrados dentro de meteorito raro oferecem pistas de um planeta extinto […]

Depois de alguma especulação, cientistas observaram diretamente uma molécula na atmosfera profunda de Urano que confirma o fedor de Urano. A molécula é o sulfeto de hidrogênio — e ela é importante por mais razões do que simplesmente determinar o cheiro do planeta.

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“Isso acrescenta outro pedaço de informação sobre os planetas e como eles se formam”, disse o autor do estudo, Patrick Irwin, da Universidade de Oxford, ao Gizmodo. “Urano e Netuno se formaram em uma parte mais fria da nebulosa solar”, o estágio inicial de nosso Sistema Solar, quando ele era composto apenas por nosso jovem Sol e muita poeira, do que Júpiter e Saturno.”

Há muito tempo, os cientistas presumem que os topos das nuvens perto da superfície do planeta verde gigante continham sulfeto de hidrogênio e amônia, mas essa hipótese era baseada em inferência, e não em observações diretas. Os cientistas descobriram que essas moléculas estavam lá com base em uma inexplicável ausência de certos comprimentos de onda de luz. É como adivinhar a identidade de uma pessoa com base em uma versão distorcida da sombra que ela cria sem realmente olhar para ela.

A equipe observou profundamente a atmosfera de Urano, na parte que poderíamos chamar de “superfície” e na parte abaixo, usando o Espectrômetro de Campo Integral no Infravermelho Próximo da Gemini-North, no Havaí. Eles relatam que detectaram diretamente a molécula em torno de 0,4-0,8 partes por milhão como gelo nos topos das nuvens do planeta. Eles mediram mais sulfeto de hidrogênio do que amônia, além da concentração exata de sulfeto de hidrogênio necessária para produzir um cheiro de ovo podre. Os pesquisadores publicaram seu trabalho nesta terça-feira (24), na Nature Astronomy.

Irwin confirmou que os astronautas visitantes notariam o mau cheiro conforme descessem na atmosfera do planeta. As coisas ficariam mais perigosas quando chegassem abaixo do topo das nuvens de sulfeto de hidrogênio, onde experimentariam a atmosfera mais fria do Sistema Solar e provavelmente morreriam.

Essa observação é, na verdade, importante para entender a composição do disco de poeira que formou o Sol, assim como por que Júpiter e Saturno se transformaram em gigantes gasosos, enquanto Urano e Netuno permaneceram como gigantes de gelo levemente menores. Os pesquisadores descobriram menos amônia do que o esperado, provavelmente devido ao lugar onde Urano se formou no disco de poeira — em algum lugar com a temperatura e a composição certas para fazer um planeta como Urano, explicou Imke de Pater, da Universidade da Califórnia de Berkeley, em um comentário.

Talvez um dia astronautas humanos terão sorte o bastante para sentir diretamente o cheiro do planeta.

[Nature Astronomy]

Imagem do topo: Agência Espacial Europeia/Hubble

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