Morre o cantor e ator Harry Belafonte, ativista da causa negra e ícone pop

O nova-iorquino com ascendência jamaicana Harry Belafonte se consagrou como o rei do ritmo caribenho calypso nos anos 1950; ele morreu aos 96 anos
harry belafonte
Imagem: Bettmann Archive

Morreu nesta terça-feira (24), o cantor, ator e ativista Harry Belafonte. Ele faleceu em sua casa, em Manhattan, Nova York, vítima de uma insuficiência cardíaca congestiva, aos 96 anos. Belafonte deixa sua terceira esposa, Pamela; as filhas Shari, Adrienne e Gina; o filho Davi; os enteados Sarah e Lindsey; e oito netos.

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Harold George Belafonte Jr. nasceu no Harlem, Nova York (EUA), mas morou na Jamaica com sua avó durante boa parte da infância e adolescência. Foi lá que desenvolveu seu repertório musical com influências caribenhas que o consagraram como o “Rei do Calypso” por suas obras do ritmo, incluindo a famosa “Day-O (The Banana Boat Song)”, de 1956.

Belafonte deu o pontapé inicial em sua carreira como cantor de boate. Ao longo dos anos, venceu diversos prêmios, incluindo um Lifetime Achievement Award (Prêmio de Contribuição em Vida) do Grammy, em 2000. Além disso, também foi o primeiro artista negro a ganhar um Emmy com seu especial para televisão “Tonight With Belafonte”.

Anteriormente, antes de estourar como cantor, o artista se destacou no cinema em “Bright Road” (1953), ao lado de Dorothy Dandridge. No ano seguinte, protagonizou o musical “Carmen Jones”, inspirado na adaptação da Broadway da ópera “Carmen”.

Mais tarde, estreou na produção com os longas “The World, the Flesh, and the Devil” e “Homens em Fúria”, ambos de 1959. Em meio a aparições na TV, ele não voltou a atuar nos cinemas até os anos 1970 e, mais recentemente, em 2018, participou de “Infiltrado na Klan”, do diretor Spike Lee.

O papel de Harry Belafonte como ativista da causa negra

Um dos primeiros protagonistas negros de Hollywood, Harry Belafonte era ativista e amigo de Martin Luther King Jr. Durante sua carreira, foi abertamente contra o apartheid sul-africano, o embargo cubano dos EUA e a invasão de George W. Bush no Iraque.

Também financiou movimentos contra a segregação racial como o “Viajantes da Liberdade” e o Comitê Coordenador Estudantil Não-Violento, nos anos 1960. Além disso, participou da organização da Marcha em Washington, famosa pelo discurso “Eu tenho um sonho”, de Martin Luther King Jr.

Posteriormente, em 1985, ajudou a organizar a sessão de gravação de “We Are the World”, o single da ação beneficente para combater a fome na África. Antes da gravação, artistas como Stevie Wonder, Cyndi Lauper, Daryl Hall e Ray Charles prestaram um tributo a Belafonte cantando “Day-O”. Veja o vídeo dos bastidores.

Ouça Day-O (The Banana Boat Song), de Harry Belafonte:

Com informações da Variety.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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