Isabelle Dinoire, a mulher que recebeu o primeiro transplante facial com um novo nariz, queixo e boca, morreu.
Dinoire sofreu lesões catastróficas em seu rosto em maio de 2005, após ser atacada pelo seu Labrador enquanto dormia. Menos de um ano depois, ela recebeu um transplante facial parcial – o primeiro do mundo e um procedimento que atraiu atenção internacional. Os cirurgiões declararam ele como um sucesso, mas Dinoire sofreu com o passar dos anos já que seu corpo nunca aceitou completamente o queixo, nariz e boca novos, que vieram de um doador.
Ela vinha tomando medicamentos imunossupressores poderosos há anos, mas ficou doente no começo do ano depois do seu corpo rejeitar um novo enxerto de pele, fazendo com que ela perdesse algumas funções do lábio. Além disso, os tratamentos anti-rejeição parecem ter ativado dois cânceres diferentes. Ela morreu no dia 22 de abril de 2016 aos 49 anos, mas sua morte só foi anunciada por um hospital de Amiens, na França, na manhã de terça-feira (6). Não está claro o que fez o hospital segurar a notícia por tanto tempo.
A morte de Dinoire é um revés significativo nos esforços para ajudar pessoas que perderam partes do rosto por causa de doenças ou lesões. Alguns críticos afirmam que tais cirurgias “não-eletivas” são perigosas e um desperdício.
“Deste o dia da operação eu tenho um rosto como todo mundo,” disse Dinoire depois da cirurgia. “Eu posso abrir minha boca e comer. Recentemente, senti meus lábios, meu nariz e minha boca.”
Sem dúvidas, a morte de Dinoire não será em vão. É através de trabalhos pioneiros como esse – e dessas corajosas pessoas que aceitam se envolver nisso – que o progresso acontece nas ciências médicas.
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