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Mudança climática faz mal à saúde em qualquer lugar da Terra, diz estudo

Cientista alerta para influências diretas e indiretas das mudanças climáticas à saúde humana e as diferentes maneiras que atingem o mundo

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Situações de calor extremo matam cerca de meio milhão de pessoas em todo o mundo a cada ano. De acordo com estimativas, esse número pode se tornar cinco vezes maior até 2050, caso o avanço das mudanças climáticas se mantenha na velocidade atual.

Para além da perda de vidas, p aquecimento global também interferem na saúde das pessoas. Em geral, o calor extremo, tempestades, inundações e secas afetam áreas como sistemas alimentares, qualidade da água, moradia, produtividade no trabalho e transmissão de doenças infecciosas.

“Quando falamos sobre mudança climática, não estamos falando sobre o futuro. O custo da inação é que pagamos com a vida das pessoas”, disse à Wired Marina Romanello, diretora executiva da Lancet Countdown.

A organização é uma colaboração internacional de pesquisa que acompanha como a saúde está sendo impactada pelas mudanças climáticas.

Consequências diversas

“Nenhuma parte do mundo está segura, mas os perigos e efeitos não estão distribuídos uniformemente”, explica Romanello. 

Por exemplo, ela afirma que a Europa não sofre tanto com a disseminação de doenças contagiosas, mas tem uma grande parcela da população idosa e com doenças crônicas. Dessa forma, as ondas de calor fazem com que o continente tenha a maior taxa de morte por exaustão térmica no mundo.

Ao mesmo tempo, a América do Sul, a África e a Ásia são afetadas durante as mudanças climáticas pelo aumento da incidência de doenças como a dengue e a malária. Já a população do Chifre da África sente mais as consequências das secas extremas, que afetam a produção de alimentos e causam a fome aguda.

Ampliando desigualdades

De acordo com Romanello, é comum que países em desenvolvimento sejam afetados de maneira desproporcional às suas emissões de gases. Isso acontece porque eles são mais vulneráveis, uma vez que estão menos adaptados aos riscos climáticos.

A cientista cita como exemplo o atraso na adoção de sistemas de alerta precoce sobre riscos à saúde sensíveis ao clima, como no caso das ondas de calor. Ou à falta de uma estratégia de socorro às pessoas afetadas por um desastre ambiental.

Além disso, ela também pontua que, além de sistemas de saúde mais preparados, é preciso também garantir sistemas alimentares, de água e saneamento básico que sejam resilientes aos riscos das mudanças climáticas.

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