O que a mudança do Photoshop para a nuvem realmente significa para você
O Adobe Photoshop, junto aos outros aplicativos da Creative Suite, foram todos para a nuvem. A Adobe decidiu não mais oferecer um software você pode realmente comprar, e obriga você a alugar os apps pagando uma taxa mensal.
Esta mudança traz alguns problemas, mas também algumas vantagens. Eis o que a mudança significa para você.
Você não é dono do software, e a Creative Cloud pode não lhe economizar dinheiro
A Creative Cloud obriga você a alugar programas em vez de comprá-los, mas traz algumas vantagens: você ganha 20 GB de armazenamento na nuvem; você pode sincronizar o seu trabalho com a web; você pode usar ferramentas de colaboração para acompanhar as mudanças e se comunicar com os membros da equipe e clientes; além de outras ferramentas e serviços.
Mas quanto você terá que pagar? No Brasil, a Adobe cobra preços em dólares. Eis os detalhes:
- Se você possui o Creative Suite 3, 4, 5 ou 5.5, você vai pagar US$ 30 por mês no primeiro ano e US$ 50/mês depois disso. A assinatura tem prazo mínimo de um ano.
- Se você possui o Creative Suite 6, você vai pagar US$ 20 por mês no primeiro ano e US$ 50/mês depois disso. A assinatura tem prazo mínimo de um ano.
- Se você possui o Creative Suite em qualquer versão, e quiser alugar só um programa do pacote – como o Photoshop – você paga US$ 10 mensais (sem compromisso anual).
- Se você não possui o Creative Suite, vai pagar US$ 50 por mês; a assinatura tem prazo mínimo de um ano. Sem o compromisso anual, o valor salta para US$75. Se quiser alugar só um programa – como o Photoshop – você paga US$ 20 mensais (sem compromisso anual).
Ainda há planos para empresas e para instituições de ensino. Confira todos os planos aqui.
Quando a Adobe Creative Cloud foi anunciada há um ano, analisamos o custo para ver se ele poderia lhe economizar dinheiro. Se você for um novo usuário, descobrimos que você poupa uma quantia razoável de dinheiro optando pelo Cloud. No entanto, se você já possuía praticamente qualquer versão do Creative Suite ou um aplicativo Adobe, pagar por um upgrade que você pudesse manter era uma perspectiva melhor. Mas mesmo quando a Creative Cloud custa menos, você não consegue manter o software pelo qual você paga: quando você parar de pagar, o serviço é interrompido e você fica sem ele.
Se você usa a grande maioria dos aplicativos da Adobe no seu trabalho, a Creative Cloud oferece bastante pelo seu dinheiro. Mas se você só precisa de alguns apps, não é um ótimo negócio.
Alguns planos exigem permanência mínima de um ano
Assim como planos pós-pagos no celular, alguns planos da Adobe Creative Cloud têm prazo mínimo de um ano. Se você é dono de uma Creative Suite, você não pode assinar a Creative Cloud sem concordar em pagar por um ano inteiro de serviço, cobrado mensalmente.
Clientes atuais da Adobe provavelmente não vão se importar muito com isso, porque eles querem pelo menos um ano de serviço. Para muitos outros, no entanto, isso significa pagar até US$ 600 para algo que, depois de alguns meses, talvez eles não queiram mais.
Há duas exceções. Se você alugar aplicativos individuais através da Creative Cloud – como o Photoshop – não precisa se comprometer por nenhum período de tempo, e paga até US$ 20 mensais. E se você quiser assinar a suíte inteira, mas sem a obrigação de permanecer por um ano, também pode – mas aí o valor mensal sobe para US$ 75.
Felizmente, a Adobe ainda oferece um teste gratuito de 30 dias da Creative Cloud. Se você ainda não está pronto para separar uma grana mensal para alugar o software, você pode ao menos experimentá-lo e ver se ele atende suas necessidades.
A Creative Cloud não fornece webapps na nuvem, só programas desktop
O nome “Creative Cloud” inicialmente confundiu algumas pessoas, já que um serviço na nuvem implica muitas vezes fazer o trabalho através da web. Mas a Adobe Creative Cloud não é um conjunto de webapps: ela oferece o mesmo pacote de aplicativos Adobe de sempre para desktop, mas junto com uma série de serviços bônus na nuvem.
Os programas precisam se conectar à internet, mas só uma vez por mês, e para verificar a sua adesão. Eles não vivem na nuvem: você precisa instalá-los separadamente. Nem mesmo os apps para iOS e Android estão inclusos: você paga por eles separadamente. O que fica na nuvem são os seus arquivos – se você quiser, é claro.
Adobe diz que o objetivo não é combater a pirataria
Alguns podem ver a Creative Cloud como um mecanismo adicional de proteção contra cópia, mas os mecanismos antipirataria não mudaram, e agora você tem a vantagem de usar os programas da Adobe em múltiplas plataformas.
Os aplicativos da Creative Cloud funcionam muito bem offline, mas precisam verificar sua assinatura através da internet, uma vez por mês. Só que mesmo os apps do Creative Suite já fazem isso; ou seja, esse mecanismo não deve evitar a pirataria.
Heidi Voltmer, diretora de marketing na Adobe, diz ao FastCo Design que a empresa não quer combater a pirataria com a Creative Cloud:
“A redução da pirataria não é um dos pontos-chave que observamos com a Cloud. A realidade é que as pessoas aprendem a driblar proteção contra cópia e pirateiam software se elas realmente quiserem. Não há nenhuma forma de evitar a pirataria. Há sempre alguém que é inteligente o suficiente, que vai continuar trabalhando nisso até obter o programa gratuitamente.”
No caso da Adobe Creative Cloud, os programas precisam ser ativados para funcionar: mas em vez de usar um número de série, você faz isso através da sua conta Adobe.
Uma licença individual permite que você instale e execute o Creative Cloud em até dois computadores ao mesmo tempo, assim como no Creative Suite; mas agora você pode ter uma versão no Windows e outra no Mac, em vez de escolher só uma única plataforma.
Atualizações vêm mais cedo (mas talvez você não precise delas)
Como você sempre paga pela Creative Cloud, a Adobe não precisa guardar recursos por um ano ou dois e só liberá-los na próxima versão. Quando estiver pronta, a Adobe pode fornecer uma atualização imediata aos usuários da Creative Cloud. Isso significa que você terá atualizações de recursos várias vezes por ano, em vez de a cada ano ou dois – e elas não terão um custo adicional.
Por outro lado, se você não se importa com atualizações constantes ou novos recursos, você ainda estará pagando por eles. A Adobe não vai forçar você a atualizar seu software, mas você precisa continuar pagando a taxa mensal se tiver uma versão antiga. Se você pudesse comprar uma cópia do software diretamente, você ficaria com uma versão mais antiga pelo tempo que quisesse, sem pagar a mais. Early adopters vão gostar dessas atualizações frequentes, mas aqueles que não se importam terão que pagar também.
Quando estreia a nova Creative Cloud
A Creative Cloud será lançada em junho, mas se você atualizar até 31 de julho de 2013, pode aproveitar os preços acima. Para as pessoas comuns, isso significa uma economia de até US$ 240 no primeiro ano.
Se você realmente quiser a versão mais recente dos aplicativos da Adobe, assinar antes de 31 de julho fará você economizar uma boa grana durante o primeiro ano. Se você não tem nenhuma razão para atualizar o software da Adobe este ano, você não vai poupar dinheiro algum se aproveitar esta oferta.
Mas, como regra geral, independente da sua situação: não atualize tão cedo, a menos que você realmente precise da nova versão ainda este ano.
A decisão da Adobe em só vender sua suíte em assinatura, e exigindo fidelidade de um ano em muitos casos, certamente foi polêmica. A Adobe lista seus argumentos aqui, em resposta à crítica generalizada, para justificar a nova medida.
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