As mudanças climáticas estão entre as 10 principais ameaças aos negócios no mundo. No Brasil, elas ocupam a primeira posição. Isso significa que a crise do clima subiu de 11° para primeiro lugar em termos de risco ao país ao longo de apenas um ano – e há custos implicados nesse processo.
Os dados são da pesquisa Allianz Risk Barometer 2024, comparados com os resultados do mesmo estudo de 2023. Neste ano, a seguradora responsável pela análise contou com a participação de mais de três mil especialistas de 24 setores econômicos em 92 países mundo afora.
De acordo com a pesquisa, a agricultura é o setor que mais sofre os impactos das mudanças climáticas no mundo.
Segundo o Valor Econômico, o Banco Central Europeu com a Universidade de Potsdam, na Alemanha, estimou que a crise do clima deve causar uma inflação de 3,2% ao ano nos alimentos a nível global. No Brasil, esse índice deve chegar a 1,9% ao ano, ao longo de uma década, segundo.
Para a indústria pesada e a mídia, as mudanças climáticas ficaram em 2º lugar entre os maiores riscos aos negócios. Já os segmentos de bens de consumo, como petróleo e gás, indicaram que a crise do clima é seu 3º maior risco.
O prejuízo financeiro
Ainda de acordo com o estudo da Allianz, os custos com as mudanças climáticas a nível global podem chegar a US$ 22 bilhões anuais. No entanto, para o Brasil, o risco climático é triplo, segundo David Colmenares, diretor-geral da Allianz Commercial para a América Latina.
Primeiramente, o país tem que arcar com riscos físicos, que consistem em perda ou danos a negócios. Também tem que bancar a transição para uma economia mais sustentável, sob pressões regulatórias e de mercado.
Por fim, tem que arcar com os gastos de responsabilidade climática, de disputas legais sobre danos financeiros e reputação. No total, os gastos brasileiros com as mudanças climáticas foram estimados em US$ 2,6 bilhões ao ano (aproximadamente R$13,3 bilhões, em conversão direta).