Por mais que a Nokia tenha um hardware confiável, já está claro há pelo menos um ano que o Symbian não é uma plataforma tão interessante quanto o Android ou iPhone OS em smartphones. E o N8, cercado de expectativas, será o último Nokia da prestigiosa linha N com o sistema operacional. Depois dele, os smartphones finlandeses virão com o MeeGo, um Linux amigo dos celulares.
Foi o que representantes da Nokia disseram hoje ao Engadget. Isso não quer dizer que o Symbian vai morrer: O Symbian S^3 e o S^4 estarão presentes em celulares mais baratos, que fazem tudo que você precisa como os Nokia de hoje, só que mais lentos, menos agradáveis e com menos funções adicionais que a concorrência mais carinha.
Como ela não vai jogar tudo pro alto e adotar o Android ou algo parecido, abandonar o Symbian nos celulares de ponta me parece ser a melhor estratégia possível que a Nokia pode ter agora. Na última coletiva onde foi anunciado o N900 no Brasil (que ainda nem tem data ou preço oficiais), os executivos deixaram claro que estariam mais interessados nos 90% de consumidores que não tem dinheiro para comprar Androids e iPhones caros, mas precisam estar conectados o tempo inteiro, em mercados emergentes. É uma causa justa, e pode dar certo.
Isso também não significa que a Nokia vai abandonar os smartphones de alto nível, depois do fracasso do N97 e o aparente pouco interesse com o N8. O Meego, sucessor do Maemo, é uma plataforma poderosíssima. O N900 é certamente o melhor celular "para trabalhar" que eu já vi, um verdadeiro computador portátil, como descreveu o chapa Henrique na sua resenha do aparelho (que ele comprou) hoje no Zumo.
Só o tempo dirá se é uma estratégia correta. Mas, como não vejo muitas pessoas que sentirão saudades do Symbian ou que estão ansiosas pelo MeeGo, acho que a Nokia tem bastante a provar ainda se quiser batalhar pelo topo da tabela dos celulares.