Mal faz uma semana que entrou em vigor o Cadastro para Bloqueio de Recebimento de Ligações de Telemarketing (ou Bloqueio Antitelemarketing, né? Mais reduzido) e mais de 100 mil paulistas já se inscreveram para nunca mais ter de escutar "o senhor poderia estar adquirindo" ou outras coisas do tipo. O volume foi atingido no final da tarde de ontem.
Para entrar nessa também, é necessário ser o titular da linha – e fornecer nome, endereço, CPF e números que gostaria de bloquear (móveis e fixos) no site do Procon-SP. Um e-mail confirma a inscrição. Talvez essa exigência de dar nomes aos bois esteja fazendo com que a aderência seja mais devagar do que poderia ser. Sei não, é tão gostoso "estar recebendo" uma chamada para comprar alguma coisa ou adquirir um serviço às 8 da manhã de domingo, não é?
Depois do cadastramento, as empresas tem até 30 dias para parar de ligar para quem não quer – e só podem voltar com autorização por escrito do proprietário da linha. A proibição vale mesmo para empresas de outros estados – sabemos que muitos call centers não ficam na região de atuação de uma companhia, certo? E isso poderia ser uma bela forma de burlar a lista negra.
"É um número muito significativo. Revela que o consumidor paulista estava carente de uma iniciativa como essa. Com o cadastro, o que prevalece é a sua vontade. Demos um grande passo na garantia da liberdade de escolha", afirmou o diretor-executivo do Procon-SP, Roberto Pfeiffer, em documento oficial liberado pela fundação.
Pelas contas da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, a quem o Procon está atrelado, mais de 182 mil linhas indesejadas já foram registradas no serviço – dá uma média de 1,82 linha por pessoa inscrita. Aposto que existe quem tenha reclamado de umas dez, pelo menos.