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Napster chega ao Brasil. E, não, não voltamos ao ano 2000

O Terra anunciou hoje que os usuários do seu serviço de streaming de músicas, o Sonora, serão migrados para o Napster no dia 1º de novembro. Mas vamos com calma: ao contrário do que o nome pode sugerir, a empresa não vai colocar ninguém numa máquina do tempo direto para 2000, internet discada, P2P e […]

O Terra anunciou hoje que os usuários do seu serviço de streaming de músicas, o Sonora, serão migrados para o Napster no dia 1º de novembro. Mas vamos com calma: ao contrário do que o nome pode sugerir, a empresa não vai colocar ninguém numa máquina do tempo direto para 2000, internet discada, P2P e brigas com o Metallica. O Napster é, hoje, um serviço de streaming, como o próprio Sonora, o Rdio, o Deezer e tantos outros.

Você deve conhecer a história do Napster, ou pelo menos os primeiros capítulos dela, mas não custa lembrar: o serviço surgiu em 1999 como uma rede P2P para compartilhamentos de arquivos e logo começou a preocupar a indústria fonográfica. Em 2001, o Napster foi fechado, e desde então a marca passou por diversas empresas, como Roxio e Best Buy, que tentaram emplacá-la como uma loja de música digital. Não deu certo. Em 2011, ela foi comprada pela Rhapsody, companhia responsável pelo serviço de streaming de mesmo nome. Desde então, o Napster é o que é hoje: uma plataforma de streaming de músicas.

O anúncio do Terra diz que o Napster está pronto para “revolucionar o mercado novamente”. Parece difícil: no Brasil, serviços como Rdio e Deezer parecem cada vez mais consolidados, além da iminente chegada do Spotify por aqui. O preço de R$14,90 por mês está na mesma faixa que a concorrência (desconsiderando eventuais promoções, é claro), mas não há um plano mais barato sem suporte a dispositivos móveis. Além disso, o acervo é de 10 milhões de músicas, menor que o anunciado por outros serviços. Por fim, ele parece estar um passo atrás em quesitos como integração social e não há um diferencial, como upload de arquivos mp3 próprios, por exemplo.

Ok, mais um concorrente é um bom sinal e indica que o Brasil é um mercado importante, e sabe-se lá qual movimento ousado o novo Napster pode fazer por aqui – “ei, temos todos os discos do Metallica!”. Mas, olhando para o mercado atual, ele parece aquele jogador em fim de carreira que retorna ao Brasil depois de anos e anos no mundo árabe, esquenta o banco e ainda reclama do técnico. Melhor lembrarmos dos dias de glória dele.

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