NASA encontra pico de metano em Marte, sinalizando para potencial sinal de vida no planeta

O rover Curiosity, da NASA, encontrou um pico de metano na superfície de Marte; o material dá indícios sobre potencial de vida no Planeta Vermelho.
Rover Curiosity em Marte em foto de 2018
Selfie do rover Curiosity em Marte em foto de 2018. Crédito: NASA/JPL-Caltech/AP

O rover Curiosity, da NASA, descobriu “quantidades surpreendentemente altas de metano no ar de Marte” na última quarta-feira (19), no que pode ser potencialmente um sinal de vida no Planeta Vermelho, segundo reportou o New York Times neste sábado (22).

A detecção de metano seria uma grande descoberta, pois, como observado pelo Times, ele decompõe-se no período de alguns séculos devido à luz do Sol e às reações químicas — o que significa que teria que ter sido gerado recentemente em termos históricos. Altos níveis de metano poderiam ser gerados no subsolo por micróbios chamados metanogênicos que sobrevivem sem oxigênio e produzem o gás como subproduto metabólico. O cientista do projeto, Ashwin R. Vasavada, disse à equipe de ciência da Curiosity em um e-mail: “Dado este resultado surpreendente, nós reorganizamos o fim de semana para fazer um experimento de acompanhamento”, escreveu o Times.

As observações de quarta-feira são mais de três vezes maiores que a de um pico repentino detectado em 2013, que durou vários meses; após não encontrar nada após seu pouso em 2012, a Curiosity detectou aproximadamente 7 partes por bilhão de metano no fim de ano. As medições mais recentes são de 21 partes por bilhão.

No entanto, também é possível que o rover Curiosity tenha detectado bolsões de metano vazando dentro da superfície, segundo o jornal norte-americano, e as leituras são apenas preliminares. Quando o metano foi detectado de forma semelhante na superfície de Marte em 2004, os cientistas disseram que o metano também poderia ser gerado por reações geotérmicas envolvendo água e calor, embora o mecanismo exato pelo qual isso poderia ocorrer em Marte permanecesse uma questão em aberto. (Desde então, pesquisas sugeriram que Marte pode não ser tão geologicamente inerte quanto se pensava anteriormente). Diz o Times:

Os cientistas da Curiosity desenvolveram uma técnica que permite o rover detectar quantidades ainda menores de metano com suas ferramentas. O gás parece subir e descer com as estações do Planeta Vermelho. Uma nova análise das antigas leituras da Mars Express confirmou descobertas da Curiosity em 2013. Um dia depois da Curiosity ter relatado um pico de metano, o orbitador, passando pela localização do rover, também mediu um pico.

No entanto, o Trace Gas Orbiter, uma nova espaçonave europeia lançada em 2016 com instrumentos mais sensíveis, não detectou nenhum metano em seu primeiro lote de observações científicas no ano passado.

O cientista Marco Giuranna, do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, que lida com medidas de metano feitas pelo orbitador Mars Express, disse que os cientistas da Mars Express, Curiosity e Trace Gas Orbiter estavam discutindo as descobertas, mas que ainda “há muitos dados a serem processados”.

O rover Curiosity agora foi desviado de seu trabalho científico programado para acompanhar as leituras de metano, de acordo com o Times, com mais dados esperados para esta segunda-feira (24).

[New York Times]

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