Um robô da NASA disparou um laser contra a sonda Vikram, da ISRO (Organização de Pesquisa Espacial Indiana (Isro), localizada na Lua. A agência fez o disparo a partir da órbita lunar, atingindo o alvo localizado na superfície.
Contudo, não é necessária nenhuma preocupação com uma possível guerra espacial. Além disso, a Vikram se encontra atualmente desativada.
Na realidade, o disparo que atingiu o equipamento indiano fazia parte de uma experiência científica da agência espacial dos EUA. A ideia foi testar uma tecnologia para localizar objetos de forma exata na superfície da Lua a grandes distâncias, por meio do laser.
De acordo com a NASA, a “fácil” identificação da localização da Vikram servirá como guia para futuras missões que se moverão na superfície da Lua. “Mostramos que podemos localizar nosso retrorrefletor na superfície a partir da órbita da Lua”, disse Xiaoli Sun, líder da equipe do Goddard Space Flight Center da NASA, em um comunicado.
Como o laser foi usado
O laser foi disparado pela sonda robótica LRO (Lunar Reconnaissance Orbiter), que está em órbita da Lua desde 2009. A LRO conseguiu apontar precisamente seu instrumento laser na direção da sonda indiana — localizada cerca de 100 km abaixo, perto da cratera Manzinus, no Pólo Sul da Lua.
Para refletir os pulsos lasers, a sonda indiana levou consigo um pequeno refletor da NASA do tamanho de cerca de 5 centímetros de largura — quase o tamanho de uma bolacha.
O refletor é capaz de refletir a luz vinda de qualquer direção. Para tal, usa oito prismas de quartzo-corner-cubo definidos em uma estrutura de alumínio em forma de cúpula. O dispositivo é simples e durável, dizem os cientistas, já que ele não requer energia nem manutenção.
Após o orbitador registrar a luz refletida pela sonda indiana, os cientistas da NASA sabiam que sua técnica havia finalmente funcionado.
Na prática, enviar pulsos de laser em direção a um objeto e medir quanto tempo leva a luz para retornar é uma maneira comum de rastrear satélites em órbita a partir do solo. Vale lembrar que NASA usa há muito tempo esse tipo de refletor, inclusive, desde a era Apollo, por exemplo. A diferença é que antes eles eram maiores, com o tamanho de uma mala de viagem.
Além disso, esta nova geração de retrorrefletores minúsculos tem outras aplicações do que seus antecessores maiores. A agência espacial utiliza eles como marcadores de precisão, ajudando as naves espaciais de entrega de carga a atracarem de forma autônoma na ISS (Estação Espacial Internacional).