Cientistas da NASA têm um plano para transformar Plutão em um planeta de novo
“É uma besteira”, falou Alan Stern, o principal investigador da missão New Horizons da NASA para Plutão, sobre o fato de Plutão ter deixado oficialmente de ser um planeta. Agora Stern está comandando um time de cientistas da NASA que propuseram uma nova definição do que é um planeta que faria mais do que resgatar a antiga glória do gelado planeta anão.
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A proposta que o time de Stern mandou para aprovação do IAU redefiniria a nossa compreensão de um planeta em termos bem simples. Os cientistas reduziriam a definição para “objetos redondos no espaço que são menores do que estrelas”. Sim, isso transformaria a Lua da Terra, assim como muitas outras, em planetas.
Uma descrição mais detalhada da proposta define o método de classificação planetar como “um corpo de massa sub-estelar que nunca passou por fusão nuclear e que tem auto-gravitação o bastante para assumir um formato esferoidal adequadamente descrito por um elipsóide triaxial independente de seus parâmetros orbitais”.
Stern obviamente é parte interessada nessa discussão, considerando que ele foi o líder da missão New Horizons que trouxe imagens impressionantes e novas informações sobre Plutão. Essa missão lembrou as pessoas de quão incrível o planeta anão é, e ele tem questões com a mudança de status do planeta há anos. Em 2015, disse para a Business Insider que os astrônomos não deveriam decidir o que é ou não um planeta. “Você deveria ouvir cientistas planetários, que sabem algo sobre esse assunto”, afirmou. “Quando olhamos para um objeto como Plutão, não sabemos outro nome pelo qual chamá-lo”.
A Science Alert resume as críticas da proposta do sistema atual de classificação planetária:
“Primeiro, ele reconhece como planetas só aqueles objetos que orbitam o Sol, não aqueles orbitando outras estrelas ou orbitando livremente na galáxia como ‘planetas interestelares’”, eles explicam.
Segundo, o fato de que ele necessita de uma área limpa significa que “nenhum planeta no Sistema Solar” satisfaz o critério, já que um pequeno número de pequenos corpos cósmicos está constantemente voando por meio das órbitas planetares, incluindo da Terra.
Finalmente, e “mais sério”, eles dizem, essa estipulação de zona livre significa que a matemática usada para confirmar se um corpo cósmico é um planeta de verdade é dependente da distância, porque uma “zona” precisa ser limpa. Isso precisa de objetos progressivamente maiores em cada zona sucessiva, e “até objetos do tamanho da terra na Cintura de Kuiper não teriam uma zona limpa”.
Vai depender da União Astronômica Internacional dizer por fim se esse novo sistema deve ou não ser adotado. Pode parecer meio cedo para redefinir o que é um planeta, mas a humanidade tem mudado a definição desde sempre.
Se você realmente ama Plutão, isso pode ser uma boa notícia. Se você ainda está com problemas de lembrar que só existem oito planetas ao invés de nove, essa proposta vai continuar a tornar sua vida difícil.
Imagem do topo: NASA/New Horizons