O Deep Space Food Challenge é um desafio internacional proposto pela NASA em parceria com a Agência Espacial Canadense (CSA). Ambas agências estão buscando projetos de pesquisa que viabilizem a alimentação à base de alimentos frescos para os astronautas, que podem desenvolver problemas de saúde devido a ingestão de ultraprocessados por períodos longos de tempo.
A equipe de pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (ESALQ) foi uma das dez selecionadas na categoria “Internacional” que passaram para a 2ª fase do desafio. Foram aprovadas ainda 18 equipes na categoria “Estados Unidos”. Para alcançar o feito, o grupo brasileiro adaptou estudos previamente elaborados com morango e taioba para as condições de uma viagem a Marte.
Método peculiar de cultivo
Diversos fatores tiveram que ser considerados durante o estudo. Primeiro, os cientistas tiveram que avaliar a intensidade luminosa necessária para o crescimento das plantas, além do espaço físico disponível para o seu desenvolvimento. Os cientistas também avaliaram a melhor forma de enriquecer a planta em nutrientes de forma natural.
A produção de alimentos deve ser em larga escala, já que o período da viagem no espaço não é nada curto. São seis meses dentro da espaçonave durante a ida e outros seis meses durante a volta. Tem-se ainda o tempo em Marte, que ficaria em torno de 18 meses. Os produtos devem ser pensados para serem cultivados pelos próprios astronautas, sendo ainda uma atividade terapêutica dentro da rotina agitada. Uma coisa à la Matt Damon em “Perdido no Marte” (2015).
Segunda etapa em 2022
Até agora, o material entregue à NASA e a CSA foi puramente teórico. Nessa segunda fase, que deve durar de janeiro a dezembro de 2022, os pesquisadores desenvolverão o projeto. A equipe disse estar preocupada com a escassez de recursos para montar o primeiro protótipo, mas já está em busca de patrocinadores para o projeto.
Cinco equipes serão aprovadas para a Fase 3, que deve ser anunciada somente em 2023.