A NASA divulgou um vídeo em que apresenta um teste realizado em um novo tipo de motor de foguete impresso em 3D. A nova tecnologia poderá ser usada futuramente em viagens ao espaço profundo, usando menos combustível do que os foguetes tradicionais.
Desde o início da exploração espacial, a estrutura de um motor de foguete não mudou muito. A maior parte deles são compostos por uma câmera de combustão, onde o combustível é inflamado e os gases são expelidos numa determinada direção, gerando o famoso efeito da “ação e reação”, previsto na 3ª Lei de Newton.
O novo motor da NASA – batizado RDRE (sigla em inglês para “Motor de Foguete de Detonação Rotativa”) – foi proposto pela primeira vez na década de 1950, mas permaneceu apenas na teoria durante décadas. Somente agora que os engenheiros da agência conseguiram construir um motor funcional e em escala real.
O projeto consiste em usar círculos concêntricos para produzir reações químicas que geram detonações cronometradas. Essas explosões desencadeiam pulsos constantes de gás supersônico através de um bocal, gerando assim o empuxo para o foguete.
Uma vantagem desse novo sistema é que ele não precisa de oxigênio para produzir combustão – como nos motores atuais – o que ajuda a tornar o foguete mais leve, barato, além de eficiente.
Durante o teste do RDRE, a NASA conseguiu acionar o motor por mais uma dúzia de vezes, ao longo de quase 10 minutos. Ele foi capaz de produzir 4.000 libras de empuxo de forma estável por quase um minuto.
O vídeo do teste pode ser visto abaixo:
O novo motor é feito de uma liga de cobre (GRCop-42) e produzido por meio do processo de manufatura aditiva (mais conhecida como “impressão 3D”), sendo capaz de suportar condições extremas de calor e pressão por períodos mais longos sem superaquecer. O teste também validou os sistemas de ignição interna e de aceleração.
“Esta demonstração bem-sucedida aproxima a tecnologia de ser usada com futuros veículos de voo, permitindo que a NASA e o espaço comercial movam mais carga útil e massa para destinos no espaço profundo, um componente essencial para tornar a exploração espacial mais sustentável”, disse a NASA em comunicado.
Outros grupos também estão testando essa tecnologia, incluindo a Agência Espacial Japonesa (JAXA), empresas privadas como a Venus Aerospace, além da Força Aérea dos Estados Unidos.
De acordo com a NASA, esse motor poderia ser usado para impulsionar espaçonaves robóticas ou tripuladas para missões na Lua ou em Marte. O próximo passo do projeto é construir um RDRE totalmente reutilizável, além de ser capaz de gerar um impulso maior.