A Netflix proibiu o compartilhamento de senhas entre os usuários. E, depois disso, registrou um aumento na arrecadação no segundo trimestre. Segundo informações do Deadline, o serviço de streaming ganhou 5,9 milhões novos assinantes no mundo todo, chegando ao total de 238,3 milhões. No período anterior, a plataforma perdeu 970 mil usuários.
O lucro por ação, de US$ 3,29, superou a previsão de consenso dos analistas americanos, de US$ 2,86,. Já a receita total ficou um pouco abaixo de US$ 8,2 bilhões. Antes, analistas esperavam US$ 8,6 bilhões. Com isso, o fluxo de caixa livre da Netflix totalizou US$ 1,339 bilhão no segundo trimestre de 2023. Há um ano, eram US$ 13 milhões.
“Agora que lançamos o compartilhamento pago, aumentamos a confiança em nossas perspectivas financeiras”, disse a Netflix, em carta trimestral aos acionistas. “Esperamos que o crescimento da receita acelere no segundo semestre de 2023, à medida que a monetização cresce”. O crescimento de assinantes deve no segundo trimestre em cerca de 6 milhões, acrescentou a carta.
Quedas nas ações
Apesar do número de assinantes e dos ganhos serem mais altos, as ações da Netflix caíram cerca de 4%. Eles aumentaram 50% só nos últimos dois meses, e mais do que triplicaram desde o início de 2022, quando quedas consecutivas de assinantes cortaram dois terços do valor de mercado da empresa.
A “reação de cancelamento [dos usuários] foi baixa” nos EUA e em muitos outros países, escreveu a Netflix. Uma das razões para o aumento na receita e em assinantes veio após o lançamento de um plano mais barato, porém com anúncios durante a exibição. A plataforma declarou em maio que 25% dos novos clientes estavam optando por esse plano — no Brasil, ele custa R$ 18,90 por mês.
Ao divulgar os dados, a Netflix disse que expandirá o plano de compartilhamento de senhas para o mundo todo, depois de lançá-lo em maio para mais de 100 países (incluindo o Brasil). Em alguns locais, como Indonésia, Croácia, Quênia e Índia, não será oferecida a opção de colocar um assinante adicional a um custo mensal menor, já que os preços foram reduzidos recentemente.
O relatório chega durante um período conturbado em Hollywood, já que os atores e roteiristas seguem em greve. Em abril, o co-CEO Ted Sarandos elogiou a paralisação. “Respeitamos os escritores e o sindicato. Não poderíamos estar aqui sem eles”, disse. No caso das negociações falharem, ele disse que a empresa tem uma “grande base de programas e filmes futuros de todo o mundo. Provavelmente podemos servir nossos membros melhor do que a maioria.”