Netflix vai acabar com compartilhamento de senhas em 2023, diz site

Fontes do jornal americano Wall Street Journal informaram que a medida será implementada em 2023, após anos de adiamento. Plataforma ainda não confirmou oficialmente a mudança
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Se você é do time que divide senha da Netflix com amigos, temos uma notícia! Após anos de adiamento, o serviço de streaming pode dar fim ao compartilhamento da palavra-chave na plataforma a partir de 2023. Segundo informações do The Wall Street Journal (WSJ), com base em fontes internas ouvidas pelo jornal, o plano vai começar nos Estados Unidos e deve ser implementado nas demais regiões em seguida.

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A medida já havia sido anunciada em outubro deste ano, e visa combater uma prática que, segundo dados do serviço de streaming, é realizada por mais de 100 milhões de espectadores da Netflix. Segundo alguns especialistas, essa é uma das principais razões da gigante do streaming ter dificuldades de adquirir mais clientes, já que ao invés de realizar uma nova assinatura formalmente, a prática mais comum é utilizar uma conta de amigo próximo ou um familiar.

Segundo o jornal, de início a solicitação será amigável: os usuários que utilizam contas de terceiros receberão um e-mail sugerindo que abram seus próprios perfis e paguem para desfrutar dos conteúdos disponibilizados na plataforma. Depois, diante da resistência, a empresa deve tomar medidas mais drásticas. A tendência é que a plataforma cobre algo em torno de US$ 6,99 adicionais pelo privilégio.

Atualmente, a companhia já realiza testes na América do Sul de algo similar e cobra cerca de US$ 3 pelo benefício. Ainda de acordo com o relatório, a Netflix vai se basear nos endereços IP, em IDs de dispositivos e na atividade da conta para definir quando uma senha é compartilhada ou não. Contudo, a iniciativa será feita de maneira gradual, para evitar que o usuário entenda a situação como algo complexo.

Além disso, a companhia já se prepara para enfrentar a rejeição de boa parte dos consumidores. O co-CEO da Netflix Ted Sarandos alertou investidores no início de dezembro: “Não se engane, não acho que os consumidores vão adorar logo de cara”. Caso os milhões de usuários passem a aderir um plano, porém, a Netflix poderia gerar US$ 721 milhões (cerca de R$ 3,6 bilhões) de receita adicional.

Até o momento, o streaming não confirmou oficialmente quando irá implementar o recurso e quais serão os valores cobrados. Vale lembrar que a Netflix precisa verificar o que será feito com pessoas que têm mais de um endereço, como crianças com guarda compartilhada e pessoas que possuem mais de um imóvel. Se a gigante do streaming decidir cobrar a mais pelo compartilhamento de senha, este problema deverá ser considerado.

É uma grande reviravolta para uma empresa que em 2017 vez twittou: “Love is sharing a password”, cuja tradução é: “Amar é compartilhar uma senha”. Cinco anos mais tarde, as coisas tomaram outro rumo e esta prática passará a ser coibida.

 

Em 2019, segundo o The Wall Street Journal, a Netflix identificou este problema, mas se preocupava em criar limitações a isto e acabar irritando seus assinantes. Então, veio a pandemia da covid-19, o que causou uma onda de novos inscritos em 2020 e 2021, época de isolamento social em todo o mundo, reduzindo a necessidade de abordar este problema na época.

No entanto, com a queda no número de assinantes que a companhia enfrentou em 2022, e até mesmo a criação de um plano mais barato com anúncios, o compartilhamento de contas voltou ao centro das atenções. No começo do ano, o executivo Reed Hastings disse em uma reunião da companhia que a elevação de assinantes durante a pandemia mascarou o tamanho do problema do compartilhamento de senhas, e que a Netflix esperou tempo demais para abordar a questão.

Se os planos funcionarem, outros streamings como Disney+, HBO Max e Amazon Prime Video podem seguir os mesmos passos e colocar fim à era do compartilhamento.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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